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Economia

Ibovespa tem recuperação após série de cinco perdas

Índice registrou ganho de 1,29% e dólar fechou em queda, a R$ 5,28

22 de Setembro de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo [email protected]
Em setembro, principal índicador da B3 recuou 7,18%.
Em setembro, principal índicador da B3 recuou 7,18%. (Crédito: MIGUEL SCHINCARIOL / ARQUIVO AFP)

O Ibovespa teve dia de recuperação técnica após encadear cinco perdas que o colocaram, ontem, no menor nível de fechamento desde novembro. Nesta terça-feira, o sinal de solução para o impasse sobre precatórios e, consequentemente, para o Orçamento de 2022 contribuiu para reforçar o ânimo dos investidores. Ao final, o índice de referência da B3 mostrava ganho de 1,29%, aos 110.249,73 pontos, apesar da ameaça de impacto global após o anúncio de crise da Evergrande, gigante chinesa do mercado imobiliário. No mês, o Ibovespa cede 7,18%, limitando perda a 1,07% na semana -- no ano, cai 7,37%.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que a “solução‘ acordada ontem para o pagamento de precatórios em 2022 “não é calote”. Depois de uma reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro da Economia, Paulo Guedes, Pacheco anunciou que enviará ao Congresso proposta de retirar do teto de gastos a maior parte dos R$ 89,1 bilhões devidos pelo governo em dívidas judiciais e que deveriam ser pagos no ano que vem.

A ideia é corrigir o montante pago com precatórios em 2016, ano em que o teto de gastos foi instituído, e travar o pagamento das despesas nesse valor, que seria de cerca de R$ 39 bilhões a R$ 40 bilhões. Com isso, cerca de R$ 50 bilhões do total previsto para 2022 ficaria “alheio ao limite do teto”, e poderia ser transferido para 2023.

“A declaração sobre precatórios agradou por mostrar alguma unidade. Talvez não haja mais espaço para agenda de reformas este ano, mas para contenção de danos, sim”, diz Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, observando também que a recuperação de ontem teve impulso do exterior, com Nova York vindo de seu pior dia desde maio, na segunda-feira. Ao final, após oscilação, NY fechou sem direção única.

Em outro importante desdobramento do dia, o discurso do presidente Jair Bolsonaro na abertura da Assembleia Geral da ONU, no fim da manhã, foi recebido com neutralidade pelo mercado, visto como um aceno à base eleitoral doméstica.

Dólar

O dólar abriu ontem em leve queda e trabalhou em terreno negativo ao longo da manhã, em meio à recuperação dos mercados internacionais das perdas expressivas em razão dos temores da eventual insolvência da incorporadora chinesa Evergrande. A cautela diante dos futuros desdobramentos para a economia chinesa e, por tabela mundial, do caso Evergrande -- aliada à expectativa pela decisão de política monetária do Federal Reserve -- limitava, contudo, o fôlego dos ativos de risco e, por tabela, do real.

O dólar à vista fechou ontem em queda 0,84%, cotado a R$ 5,2863. (Estadão Conteúdo e Agência Brasil)