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Economia

Caminhoneiros bloqueiam rodovias em 14 Estados

Polícia Rodoviária Federal atua para liberar trechos obstruídos

09 de Setembro de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo [email protected]
Em 7 de setembro, a manifestação foi intensa, mas dessa vez não se repetiu
Em 7 de setembro, a manifestação foi intensa, mas dessa vez não se repetiu (Crédito: CHICO FERREIRA /FUTURA PRESS / ESTADÃO CONTEÚDO (8/9/2021))

O Ministério de Infraestrutura informou ontem que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) atua para desmobilizar bloqueios de rodovias realizados por caminhoneiros. Às 20h30 eram registrados pontos de concentração em rodovias federais em 14 Estados, sendo 12 com abordagem a veículos de cargas. Segundo a nota do ministério, outras pautas regionais, indígenas e de produtores locais também foram registradas.

Ainda de acordo com o ministério, nas últimas horas, foram registrados dois pontos com bloqueio total no Rio Grande do Sul, que estavam sendo desmobilizados pela PRF. As manifestações começaram na terça-feira, na esteira dos atos de 7 de Setembro, convocados pelo presidente Jair Bolsonaro.

O número de Estados com registro de manifestações tem crescido ao longo do dia. O primeiro comunicado divulgado pela Pasta citava ocorrências em apenas quatro Estados. O ministério informa ainda que, ao todo, já foram “debeladas” 117 ocorrências com concentração de populares e tentativas de bloqueio total ou parcial de rodovias nas últimas horas.

“A disseminação de vídeos e fotos por meio de redes sociais não necessariamente reflete o estado atual da malha rodoviária”, destaca a Pasta em nota.

A primeira manifestação começou por volta das 16h de ontem na BR-465, a antiga Estrada Rio-São Paulo, no sentido Rio de Janeiro, na altura do km 13, no município de Seropédica, na Região Metropolitana do Rio. Cerca de 40 caminhoneiros estacionaram seus veículos em via lateral, ao longo de um quilômetro e meio, inicialmente sem interditar a rodovia, mas ameaçando bloqueá-la, segundo a PFR, que enviou ao local um veículo com três policiais.

Ainda conforme a PRF, a ideia dos caminhoneiros era convencer os demais motoristas de caminhão a aderir a uma paralisação que seguiria até o fim do dia de hoje.

O Ministério de Infraestrutura informou ainda que os atos não são organizados por qualquer entidade setorial do transporte rodoviário de cargas e que a composição das mobilizações é heterogênea, “não se limitando a demandas ligadas à categoria”. A pasta disse ainda que não havia previsão de que os bloqueios nas rodovias afetem o abastecimento de produtos no País.

Preocupação

No entanto, essas concentrações já preocupam distribuidoras de combustíveis que temem o desabastecimento dos mercados. As empresas temem que faltem produtos como gasolina e óleo diesel. A situação mais crítica seria em Santa Catarina e Mato Grosso, mas algumas cidades de outros Estados já estariam com fornecimento comprometido.

Esse receio de desabastecimento também foi manifestado pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística). Em nota de repúdio aos bloqueios, a entidade que representa transportadoras afirmou que as paralisações poderão causar sérios transtornos à atividade de transporte realizada pelas empresas, com graves consequências para o abastecimento de estabelecimentos de produção e comércio.

A entidade reforçou que tais bloqueios e suas eventuais consequências para o abastecimento poderão atingir diretamente o consumidor final e o comércio de produtos de todas as naturezas, incluindo alimentos, medicamentos e combustíveis.

Um dos líderes do movimento intitulado de caminhoneiros patriotas, Francisco Burgardt, conhecido como Chicão Caminhoneiro, disse que vai entregar um documento ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, pedindo a destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, avalia que o movimento é de cunho político com participação de empresários de transporte e seus funcionários celetistas, e não de transportadores autônomos. (Estadão Conteúdo)