Economia
Dólar cai para R$ 5,26 e Bolsa sobe 2,33%
A combinação de um ambiente externo de amplo apetite ao risco com o arrefecimento das tensões fiscais domésticas, na esteira da defesa da manutenção do teto de gastos pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), abriu espaço para uma queda acentuada do dólar na sessão de ontem. O dólar à vista encerrou o pregão em queda de 2,23%, a R$ 5,2622 -- menor valor desde 13 de agosto (R$ 5,2451).
Foi o maior tombo diário desde 31 de março (-2,31%). Por causa do recuo desta terça, a valorização acumulada do dólar em agosto foi reduzida para apenas 1%.
Como havia apanhando muito recentemente, devido aos problemas político-institucionais e fiscais domésticos, o real liderou com folga os ganhos das divisas emergentes, que avançaram em bloco na comparação com a moeda americana. No exterior, a aprovação definitiva da vacina da Pfizer pelo FDA (órgão regulador norte-americano) e a notícia de que a China conseguiu conter a expansão da variante
Delta do coronavírus animaram os investidores e deram fôlego extra às commodities.
Na avaliação do economista-chefe do JF Trust, Eduardo Velho, o ambiente externo positivo, com forte alta das commodities, já tiraria, por si só, fôlego da moeda americana por aqui, apesar dos problemas domésticos. “Mas claramente o discurso do presidente da Câmara fez o Ibovespa acelerar e o dólar cair muito mais por aqui. É muito positivo para o mercado quando um representante maior do Centrão fala de responsabilidade fiscal”, afirma.
Em evento da XP Investimentos, o presidente da Câmara disse que deseja buscar uma solução para PEC dos precatórios que respeite o teto dos gastos, amenizando temores de abandono, mesmo que informal, da âncora fiscal do País.
O Ibovespa registrou alta de 2,33%, aos 120.210,75 pontos, em seu maior ganho porcentual desde 28 de janeiro (então 2,59%). (Estadão Conteúdo e Redação)