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Economia

‘Prévia do PIB’ avança 1,14% em junho e 7% no semestre

Índice do Banco Central mostra retomada da atividade econômica

14 de Agosto de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo e Redação
PIB oficial do 2º trimestre deve ser divulgado em setembro.
PIB oficial do 2º trimestre deve ser divulgado em setembro. (Crédito: TÂNIA RÊGO / ARQUIVO AGÊNCIA BRASIL )

Em meio à pandemia de Covid-19, a atividade econômica brasileira voltou a avançar. O Banco Central informou ontem que seu Índice de Atividade (IBC-Br) subiu 1,14% em junho ante maio, na série já livre de influências sazonais, uma espécie de compensação feita para comparar períodos diferentes. No primeiro semestre, o IBC-Br acumula alta de 7%, na série sem ajustes sazonais. Em 12 meses, o avanço é de 2,33%.

Com o número de junho, economistas apontam para uma alta de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre deste ano -- o dado oficial só deve sair no dia 1º de setembro. “É uma recuperação mais relacionada à mobilidade e à melhora da pandemia do que a outras variáveis econômicas”, disse a economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória, que destaca que no segundo semestre deve permanecer um cenário fiscal e político conturbado.

Conhecido como uma “prévia do BC para o PIB”, o IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. Depois de despencar em março e abril do ano passado, durante a primeira onda de Covid-19, o indicador passou a reagir, até que a segunda onda da doença provocasse, no início de 2021, novos fechamentos de empresas. Em março, a atividade econômica recuou, mas em abril ela voltou a avançar. Em maio houve novo recuo e, em junho, o indicador voltou a subir.

“Mesmo com o PIB já voltando ao nível pré-crise no primeiro trimestre deste ano, esses setores (de serviços que requerem mobilidade social) ainda estavam em patamares bastante deprimidos, e são eles que estão começando a voltar agora. Isso é o que estimulou a alta da atividade econômica dos últimos meses e deve ser a principal contribuição para o PIB, principalmente no terceiro trimestre”, diz o economista Luka Barbosa, do Itaú Unibanco.

Apesar das pressões climáticas sobre a agricultura, Barbosa diz que não há risco grande de redução da estimativa pelo lado do PIB agropecuário. Por outro lado, a falta de insumos para a indústria já levou o banco a reduzir a estimativa para o ano -- anteriormente, de expansão de 5,8%.

“A conjuntura tem duas forças. Serviços ainda com um espaço para recuperação muito grande, que deve ser compensada, em parte, por uma estabilidade na produção industrial”, diz o economista-chefe do Banco Alfa, Luis Otavio de Souza Leal. “A parte de automóveis tem segurado a indústria no mundo inteiro, tudo em decorrência desse problema nas cadeias de semicondutores”, afirma.

O banco estima alta de 0,20% do PIB no segundo trimestre. Ele afirma que estima alta de 5% para a economia neste ano, mas o número pode ser menor por causa do risco hídrico. “Acho que vamos ter problemas de fornecimento de energia. Talvez não um racionamento oficial, mas um crescente risco de apagão”, alerta o economista. (Estadão Conteúdo e Redação)