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Economia

Setor de serviços tem alta de 1,7% em junho

Patamar é 2,4% acima de fevereiro de 2020, antes do início da pandemia

13 de Agosto de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo e Redação
Atividades turísticas, incluindo hotéis, cresceram 11% no mês.
Atividades turísticas, incluindo hotéis, cresceram 11% no mês. (Crédito: EMIDIO MARQUES / ARQUIVO JCS)

O volume de serviços prestados no País cresceu 1,7% em junho ante maio, segundo dados divulgados ontem pelo IBGE. Com isso, o setor ficou 2,4% acima do nível de fevereiro de 2020, antes do início da pré-pandemia, e alcançou o patamar mais elevado desde maio de 2016.

“O setor de serviços é agora o principal motor de crescimento, já que o setor industrial tem apresentado dificuldades com questões de cadeias de suprimentos (em particular, a falta de semicondutores)”, escreveu o economista Alberto Ramos, do banco Goldman Sachs, em relatório.

O bom desempenho de junho superou a previsão mediana de avanço de 0,4% esperada por analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast. Todas as cinco atividades de serviços registraram avanços em relação a maio, com destaque para os serviços de informação e comunicação (alta de 2,5%, alcançando o patamar mais alto da série histórica, iniciada em janeiro de 2011); transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (1,7%, para o nível mais elevado desde maio de 2015); e serviços prestados às famílias (8,1%, para o maior patamar desde fevereiro de 2020).

Para o economista Helcio Takeda, da consultoria Pezco Economics, a força demonstrada pelos serviços mostra que a reabertura da economia traz riscos para a inflação do setor no ano, à medida que os serviços prestados às famílias acelerem o ritmo de recuperação.

“A atividade de serviços voltou ao nível de 2016, mas a inflação acumulada de serviços ainda está relativamente baixa, o que pode ser explicado pela ociosidade dos serviços prestados às famílias”, justificou Takeda. “À medida que essa ociosidade vai fechando, tem um risco potencial de a inflação de serviços voltar a pressionar e adicionar mais um fator de preocupação para a inflação geral”, acrescentou ele.

Na passagem de maio para junho, todas as 12 unidades da federação pesquisadas tiveram expansão, com destaque para São Paulo (5,3%), Rio de Janeiro (12,4%) e Minas Gerais (19,7%).

Turismo

O agregado especial de atividades turísticas cresceu 11,9% em junho ante maio, segundo o IBGE. O resultado representa a segunda taxa positiva consecutiva, período em que acumulou um ganho de 43,0%. O segmento ainda precisa crescer 29,5% para retornar ao patamar de fevereiro de 2020, no pré-pandemia.

“Todas as variáveis que afetam os serviços prestados às famílias são válidas também para o setor de turismo. Pelo lado da demanda, aumento de renda, redução do nível de desemprego, controle da questão sanitária, não surgimento de novas variantes que possam provocar decisões por parte dos governos estaduais e municipais de novos fechamentos de estabelecimentos‘, enumerou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE. (Estadão Conteúdo e Redação)