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Economia

Bancos aumentam juros imobiliários

06 de Agosto de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo e Redação
Alta da Selic eleva taxas no financiamento de imóveis.
Alta da Selic eleva taxas no financiamento de imóveis. (Crédito: LUIZ SETTI / ARQUIVO JCS )

Depois de uma longa temporada de corrida dos bancos para baixar os juros do crédito imobiliário, o ciclo se inverteu. As instituições financeiras sobem as taxas dos novos contratos de financiamento, com a previsão de momentos mais difíceis para a economia brasileira.

Os maiores bancos privados do Brasil -- Santander, Bradesco e Itaú Unibanco -- decidiram aumentar as taxas cobradas no crédito imobiliário em cerca de 0,5 a 1,0 ponto porcentual, chegando perto de 8% ao ano.

A taxa média de juros dos financiamentos estava no patamar mais baixo da história do setor, em torno de 7% ao ano. Até uns anos atrás, a média girava em torno de 9% a 10%, o que reduzia consideravelmente o poder de compra da população.

A Caixa Econômica Federal -- dona de dois terços do mercado de crédito imobiliário -- e o Banco do Brasil também devem fazer movimentos na mesma direção.

A elevação dos juros do financiamento vai encarecer a parcela paga pelos mutuários em até 9%, aproximadamente. Um empréstimo de R$ 300 mil com prazo de pagamento de 360 meses no sistema de amortização constante (SAC) gerava uma parcela de R$ 2.529,57, com a taxa de 7% ao ano vigente até aqui. A partir de agora, essa parcela subirá para R$ 2.646,81 com taxa de 7,5% ao ano, ou R$ 2.763,54 com a taxa de 8% ao ano.

A elevação dos juros para a compra da casa própria já era esperada, uma vez que os bancos acompanham o ciclo de alta da taxa básica de juros da economia, a Selic, que serve de referência para remuneração das cadernetas de poupança.

As vendas de imóveis surfaram a onda dos juros baixos e agora devem ter alguma desaceleração. O efeito, porém, não deve ter impacto tão grande para o setor, na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, Luiz França. Isso porque os juros ainda continuarão abaixo da média histórica. (Estadão Conteúdo e Redação)