Buscar no Cruzeiro

Buscar

Economia

Horário de verão pode voltar, diz Jair Bolsonaro

Presidente disse que vai sugerir pesquisa à emissora de rádio

03 de Agosto de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo e Redação
Presidente também descartou racionamento de energia.
Presidente também descartou racionamento de energia. (Crédito: MARCOS CORRÊA / PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (31/7/2021))

O presidente Jair Bolsonaro sinalizou ontem, pela primeira vez, que pode voltar a implementar o horário de verão para lidar com a crise hídrica do País. Em entrevista à Rádio ABC, de Novo Hamburgo (RS), ele afirmou que, mesmo sendo contra a medida, se a população mudar de opinião sobre o tema, ele “segue a maioria”. “Se a maioria da população quiser a volta, eu posso fazer isso aí”, disse o presidente.

Bolsonaro disse que vai falar com uma rádio que “ouve quase sempre” para que a emissora faça uma pesquisa com seus ouvintes e veja a “vontade popular” em relação ao tema, e sugeriu que a rádio local de Novo Hamburgo faça a mesma coisa. De acordo com o presidente, a falta de apoio popular seria um dos motivos que pesam contra a retomada da medida, já que, até o momento, ele vê que a maioria da população continuaria contrária à implementação do horário de verão. “No momento, não tem clima, apoio popular, para a gente voltar o horário de verão.”

Bolsonaro também voltou a descartar a possibilidade de racionamento de energia elétrica neste ano, segundo ele, em virtude da diversidade de matriz energética no País.

O horário de verão foi extinto por Bolsonaro em abril de 2019. O estudo usado como argumento pelo governo apontava que mudanças nos hábitos do consumidor e o avanço da tecnologia reduziram a economia de energia ao longo dos anos, principalmente pela popularização dos aparelhos de ar-condicionado.

A declaração do presidente vem logo após o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmar que não havia nenhum movimento para o retorno da medida. Contudo, pressionado pela crise hídrica e por diversos setores produtivos, o governo decidiu reavaliar os impactos da medida e pediu ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) que atualizasse os estudos sobre o tema.

Para o coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Nivalde de Castro, a decisão não pode ter caráter “populista”. “Para nós, se trata de questão técnica.” (Estadão Conteúdo e Redação)