O temor com o avanço da variante Delta derrubou os preços das ações nas Bolsas de valores mundo afora ontem, com reflexos para o Brasil. A Bolsa brasileira (B3) teve queda 1,24% e fechou o pregão aos 124.394,57 pontos, em sintonia com o forte recuo do mercado de Nova York. Já o dólar fechou em alta de 2,64%, a R$ 5,2506, no maior avanço porcentual desde 18 de setembro de 2020. Ontem, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que a cepa do coronavírus já circula em mais de 111 países.

O economista Alexandre Espírito Santo, da Órama Investimentos, diz que a grande preocupação é com uma eventual “recaída” da economia global por causa da variante Delta. “É um cenário de menor crescimento no ano que vem, com a inflação nos Estados Unidos em patamar já elevado, o que obrigaria o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) a agir.”

No exterior, as Bolsas refletiram ainda o forte recuo de 7% do preço do petróleo após a decisão da Opep+ de aumentar os limites de produção. Os papéis ordinários da Petrobras tiveram baixa de 1,18%.

Inflação

A projeção do mercado financeiro para a inflação em 2021 continua a se distanciar ainda mais do teto da meta do Banco Central. Economistas do mercado financeiro alteraram de novo a previsão para o IPCA -- o índice oficial de preços -- neste ano, conforme o Relatório de Mercado Focus, de aumento de 6,11% para 6,31%. Há um mês, a previsão era de 5,90%. Trata-se da 15ª alta seguida. A projeção dos economistas para a inflação já está bem acima do teto da meta de 2021, de 5,25%. (Estadão Conteúdo e Redação)