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Petrobras retoma área ocupada em Itaguaí

02 de Julho de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Cerca de 400 pessoas moravam no terreno da estatal.
Cerca de 400 pessoas moravam no terreno da estatal. (Crédito: MAURO PIMENTEL / AFP (1/7/2021)

A Petrobras informou que foi cumprido ontem o 1º mandado de reintegração de posse de um terreno da estatal em Itaguaí, onde seria construído um polo petroquímico, mas que não saiu do papel. A operação chegou a fechar a entrada do município, no início da manhã, e teve o apoio do Batalhão de Choque e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).

A Polícia Militar enfrentou a resistência dos cerca de 400 moradores da ocupação e usou bombas de efeito moral para entrar no local, batizado de “Acampamento de Refugiados Primeiro de Maio”.

A ocupação nasceu como um protesto contra a falta de moradia, de comida e de vacina contra o Covid-19, mas também contra a política de preços dos combustíveis adotada pela Petrobras, de paridade com preços de importação. Liderado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), o movimento teve o apoio da Federação Única dos Petroleiros (FUP).

Dezenas de pessoas -- inclusive mulheres carregando bebês -- tentaram resgatar pertences, como colchões, cobertores e algumas roupas. “Hoje estou desempregada, sem casa, sem quarto. Tiraram tudo que era nosso”, lamentou Renata Carvalho, de 48 anos, que morava no terreno há quase dois meses.

De acordo com a Petrobras, para garantir o cumprimento da ordem judicial, a empresa forneceu álcool gel e máscara, além de transporte até três rodovias próximas ao município de Itaguaí para as pessoas expulsas do local. A empresa também informou que ainda forneceu alimentação, colchonetes e cobertores para atender as pessoas que ficarão temporariamente em abrigos disponibilizados pela prefeitura.
(Estadão Conteúdo e AFP)