Economia
Ministro volta a negar risco de racionamento
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, negou mais uma vez o risco de o País enfrentar um racionamento de energia por causa da grave crise hídrica. Em audiência pública ontem na Comissão de Minas e Energia da Câmara, o ministro disse que o governo não trabalha com essa hipótese e que os órgãos setoriais monitoram o setor elétrico 24 horas por dia.
A declaração do ministro acontece após o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), voltar atrás e afirmar que a medida provisória que o governo prepara para lidar com a iminência de uma crise energética não vai trazer “nenhum comando relativo ao racionamento”. Pelo Twitter, Lira afirmou que será feito o incentivo ao uso eficiente de energia pelos consumidores de maneira voluntária.
A MP citada pelo deputado foi antecipada pelo Estadão/Broadcast no dia 12 deste mês. A reportagem teve acesso a documentos internos que revelam a intenção do governo de criar um comitê que terá poder de adotar medidas como um “programa de racionalização compulsória” de consumo de energia e a contratação emergencial de termelétricas -- mesmas medidas adotadas em 2001, quando a população e as empresas foram obrigadas a diminuir a carga em 20%.
Na audiência pública, o ministro apresentou dados de 2001, quando famílias e indústrias tiveram de reduzir o consumo de energia, e em 2014, quando houve uma crise severa, mas sem racionamento. Segundo ele, a dependência de usinas hidrelétricas na matriz elétrica diminuiu ao longo desses anos, e o Brasil expandiu a rede de transmissão, o que permite transportar a energia com mais facilidade pelo País.
Albuquerque ressalvou que, se o período úmido deste ano for semelhante ao de 2020 e nenhuma medida for tomada, o Brasil pode chegar a uma condição bastante desfavorável no fim deste ano, com nível dos reservatórios abaixo de 20% de capacidade. “Por isso, adotamos medidas para que não percamos controle do sistema, não tenhamos risco de interrupção no fornecimento de energia nos horários de pico de demanda”, afirmou. (Estadão Conteúdo)