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Economia

IPCA de abril é de 0,31%, ante 0,93% em março

12 de Maio de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo e Redação
Preços de alimentos e remédios tiveram alta no mês.
Preços de alimentos e remédios tiveram alta no mês. (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO / ARQUIVO JCS (9/12/2020))

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou abril com alta de 0,31%, ante um avanço de 0,93% em março, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 2,37%. Em 12 meses, o resultado foi de 6,76%, maior patamar desde novembro de 2016, quando estava em 6,99%, informou o IBGE.

As famílias gastaram 1,19% a mais com saúde e cuidados pessoais em abril, o equivalente a um impacto de 0,16 ponto porcentual na inflação de 0,31% do mês. A alta foi puxada pelos produtos farmacêuticos (2,69%), que contribuíram com 0,09 ponto porcentual para o IPCA. No dia 1º de abril, foi autorizado o reajuste de até 10,08% no preço dos medicamentos, dependendo da classe terapêutica, justificou o IBGE.

A maior variação no item foi a dos remédios anti-infecciosos e antibióticos (5,20%). Houve alta também nos produtos de higiene pessoal (0,99%), com contribuição de 0,04 ponto porcentual.

O grupo alimentação e bebidas saiu de uma elevação de 0,13% em março para um aumento de 0,40% em abril. O grupo contribuiu com 0,09 ponto porcentual para a taxa de 0,31% do IPCA no mês. A alimentação no domicílio subiu 0,47% em abril.

As carnes aumentaram 1,01%, impacto de 0,03 ponto porcentual, acumulando uma alta de 35,03% nos últimos 12 meses. Também ficaram mais caros o leite longa vida (2,40%), frango em pedaços (1,95%) e tomate (5,46%).

Além de saúde e alimentação e bebidas, houve altas em habitação (0,22%), artigos de residência (0,57%), vestuário (0,47%), despesas pessoais (0,01%), educação (0,04%) e comunicação (0,08%).

No mês de abril, apenas um dos nove grupos que integram o IPCA registrou deflação: transportes, com queda de 0,08%.

Análise

Ainda não há sinais de pressão de demanda sobre a inflação medida pelo IPCA, afirmou Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE. “Não dá para afirmar ainda que haja pressão de demanda. Inclusive houve desaceleração do setor de serviços”, ressaltou Kislanov.

A queda no preço da gasolina foi o principal fator de desaceleração no IPCA na passagem de março para abril, mas a alta mais branda no gás e a queda na energia elétrica também contribuíram, disse o pesquisador.

O recrudescimento da pandemia tem ajudado a arrefecer preços de serviços e de alguns alimentos mais perecíveis, aponta Kislanov. Por outro lado, o novo pagamento do auxílio emergencial pode influenciar itens essenciais a partir de maio, prevê. (Estadão Conteúdo e Redação)