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Economia

Mudanças climáticas direcionam investimentos

Estratégias de projetos temáticos e sustentáveis são guiadas para mitigar efeitos da crise ambiental

02 de Maio de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo [email protected]
Transição para economia menos poluidora é complexa e exige solução coletiva.
Transição para economia menos poluidora é complexa e exige solução coletiva. (Crédito: NICOLAS TUCAT / AFP (23/4/2021))

As mudanças climáticas pautaram a semana marcada pela Cúpula de Líderes, organizada pelo governo Biden no Dia da Terra (dia 22 de abril), e também estão direcionando investimentos. Globalmente, existe uma ampla gama de estratégias, desde as temáticas -- como eletrificação de frotas -- e sustentáveis, ou seja, guiados por critérios ESG (Ambientais, Sociais e de Governança), que podem contribuir para mitigar os efeitos da crise ambiental atual.

A disposição do investidor em destinar recursos para alguma dessas estratégias atende ao chamado por uma “ação coordenada” entre atores públicos e privados para construir uma solução global para a questão do clima. A avaliação é do UBS e consta do estudo “Future of Earth”, que detalhou ao longo de 70 páginas os riscos e também as oportunidades da crise global ambiental. “Vale notar que investimentos temáticos e sustentáveis se sobrepõem em muitos casos. E muitas estratégias considerarão esses dois fatores nas análises de investimento”, diz o relatório.

Em coletiva virtual de imprensa na semana passada, a diretora de investimentos para as Américas do UBS Global Wealth Management (UBS GWM), Solita Marcelli, destacou que as empresas que emergirem como líderes na oferta de soluções para questões ambientais têm grande potencial de oferecer bons retornos no longo prazo. “Existe um crescente reconhecimento de que questões ambientais irão impactar os fundamentos e retornos de longo prazo”, disse Solita Marcelli.

A transição para uma economia menos poluidora é complexa e exigirá uma solução construída de forma coletiva, algo que tomará tempo, como apontou Andrew Lee, responsável pela área de Investimentos Sustentáveis e de Impacto do UBS GWM na entrevista coletiva.

Lee observa que, no relatório “Future of Earth”, são destacadas várias iniciativas que já estão sendo realizadas, sobretudo em energias renováveis. O estudo aponta que os investidores dispõem de oportunidades de investimento em companhias cujos produtos e serviços diretamente respondem à transição para uma economia de baixo carbono e também em empresas que respondem de forma efetiva à crescente pressão dos consumidores e dos reguladores por uma menor pegada ambiental.

A questão energética é chave na crise climática para as futuras gerações porque a matriz baseada em petróleo e gás precisa ser repensada -- seja pelo prejuízo ambiental ou pela exaustão de grandes campos de óleo -- num momento em que a previsão é de um aumento na demanda por energia nas próximas décadas. “Uma transição bem-sucedida da matriz emissora de gases de efeito estufa deve salvaguardar a segurança energética mundial”, diz o relatório.

Além de detalhar a questão da energia, o relatório traz o debate em outros três capítulos: uso da terra, da água e as comunidades. “Os efeitos sociais e de saúde da mudança climática são mais visíveis nas cidades”, diz o estudo. As áreas urbanas concentram as emissões de carbono globalmente e criam condições que agravam os efeitos do aquecimento global e da poluição, com consequências adversas para a saúde, sobretudo das comunidades mais pobres, segundo aponta o texto. (Karla Spotorno - Estadão Conteúdo)