Buscar no Cruzeiro

Buscar

Economia

Sanção do Orçamento tem arrocho de R$ 29 bilhões

Cortes no custeio e investimentos provocaram insatisfação nos ministérios

24 de Abril de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Cerca de 200 mil moradias devem ter as obras paralisadas.
Cerca de 200 mil moradias devem ter as obras paralisadas. (Crédito: DIVULGAÇÃO / CBIC)

A sanção do Orçamento com um corte de R$ 29 bilhões entre emendas parlamentares, gastos com custeio e investimentos deflagrou um clima de insatisfação generalizada na Esplanada dos Ministérios. Para preservar o acordo que assegurou um total de R$ 33,5 bilhões nas mãos dos congressistas, o presidente Jair Bolsonaro cortou recursos da saúde em plena pandemia, zerou verbas para o programa habitacional voltado à baixa renda, limou recursos para obras em andamento, cortou verbas do meio ambiente um dia após firmar compromisso mundial com o tema na cúpula do clima e sepultou a realização em 2021 do Censo Demográfico, a mais importante pesquisa estatística do País.

Embora o Orçamento tenha sido sancionado na quinta-feira, último dia do prazo legal, houve ministros que só ficaram sabendo o que havia sido cortado por meio da publicação dos vetos no Diário Oficial da União (DOU). Ao longo do dia, as pastas começaram a mapear as ações afetadas e perceberam que o dinheiro havia minguado bastante.

Foram vetados R$ 19,8 bilhões do Orçamento, sendo R$ 11,9 bilhões em emendas parlamentares e o restante de despesas do próprio Executivo. Outros R$ 9,3 bilhões foram bloqueados. Enquanto os vetos são definitivos, o bloqueio pode ser revertido ao longo do ano, caso haja espaço no Orçamento.

Em coletiva concedida no Palácio do Planalto, o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, afastou o risco de apagão no funcionamento dos órgãos, mas especialistas alertam que o risco existe. No dia mais quente de reclamações, a única aparição pública do ministro da Economia, Paulo Guedes, foi em uma sessão do Senado para falar sobre os 30 anos do Mercosul. Ele não comentou o Orçamento.

Entre as vítimas da canetada de Bolsonaro está o faixa 1 do Minha Casa Minha Vida, programa habitacional rebatizado de Casa Verde e Amarela que é hoje uma das vitrines eleitorais do presidente. Na sanção do Orçamento, porém, todo o R$ 1,5 bilhão que estava reservado para dar continuidade às obras de mais de 200 mil casas foi vetado. (Idiana Tomazelli e Adriana Fernandes - Estadão Conteúdo)