Retórica
Lewandowski: operação no RJ foi longamente planejada
Total de mortos contabilizado ontem era de 121, incluindo quatro policiais
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, reforçou ontem (30) que o governo federal não teve nenhuma participação na megaoperação no Rio de Janeiro. Disse, no entanto, que recebeu informações no Rio de que a operação foi “longamente planejada, durante meses”.
“Assim que Lula aterrissou (da Malásia) pediu uma reunião para se inteirar dos fatos. Nós nos vimos diante de um fato consumado. Fiquei sabendo, no RJ, que foi uma operação longamente planejada, durante meses, mas é de responsabilidade exclusiva das autoridades locais. Não tivemos nenhuma participação ou ingerência nessa operação. Até porque havia interesse predominantemente local. Dizia respeito a cerca de 300 mandados de busca e apreensão e de prisão emitidos pela Justiça local do Rio de Janeiro”, disse, em entrevista à GloboNews.
Lewandowski comentou a declaração feita pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, de que policiais do Rio haviam falado com integrantes da superintendência fluminense da Polícia Federal sobre a operação. Disse que, no momento em que Rodrigues falou sobre o caso, complementou com algumas informações.
O corpo do policial Heber Carvalho da Fonseca, de 39 anos, foi enterrado no início da tarde de ontem, no Jardim Sulacap, na zona oeste do Rio. Ele e o também 3º sargento Cleiton Serafim Fonseca, de 42 anos, morreram durante megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha contra integrantes do Comando Vermelho.
Na quarta (29), os outros dois policiais civis mortos na megaoperação foram sepultados. Rodrigo Veloso Cabral, de 34 anos, tinha entrado na corporação há 40 dias. Ele estava lotado na 39ª DP, na Pavuna, e foi enterrado no cemitério Memorial do Rio, na zona norte. Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, de 51 anos, chefiava a 53ª DP, em Mesquita, na Baixada Fluminense. O corpo dele foi sepultado no cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador.
121 mortos
Mais da metade dos corpos dos 117 mortos na megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha contra integrantes do Comando Vermelho já foram identificados e começam a ser liberados aos familiares. O total é de 121 mortos, incluindo os quatro policiais. O governo do Rio montou uma força-tarefa no Instituto Médico-Legal Afrânio Peixoto, na região central do Rio, para as necropsias. (Estadão Conteúdo)
Países vizinhos reforçam fronteiras contra CV
Dias após as forças de segurança do Estado do Rio de Janeiro deflagrarem a chamada Operação Contenção, contra o crime organizado nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte da capital fluminense, os governos da Argentina e do Paraguai decidiram reforçar o patrulhamento em suas fronteiras com o Brasil.
“Reforçamos a segurança na fronteira para proteger os argentinos diante de qualquer debandada [de criminosos] resultante dos confrontos no Rio de Janeiro”, explicou a ministra da Segurança argentina, Patricia Bullrich, em uma postagem em suas redes sociais.
Brasil, Argentina e Paraguai contam com um acordo de cooperação policial na fronteira, em que foi instituído o Comando Tripartite da Tríplice Fronteira. Foi a partir de um alerta que o governo paraguaio também decidiu adotar medidas extraordinárias de vigilância.
Entre os denunciados pelo Ministério Público do Rio no grupo de principais lideranças do Comando Vermelho está Juan Breno Malta Ramos, conhecido como “BMW”. Ele também seria chefe de um grupo chamado “Sombra”, composto por matadores da facção. (Estadão Conteúdo e Agência Brasil)