Juros
Copom mantém Selic em 15% ao ano pela 2ª vez seguida
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu ontem (17) manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano, conforme esperava o mercado. A decisão do colegiado foi unânime.
Esta é a segunda reunião consecutiva em que a autoridade monetária mantém o nível da Selic. De setembro de 2024 até a reunião de junho deste ano, o BC aumentou a taxa em 4,50 pontos, o segundo maior ciclo de alta dos últimos 20 anos, perdendo apenas para a alta de 11,75 pontos entre março de 2021 e agosto de 2022, que ocorreu após o fim da pandemia.
O Copom afirmou que o cenário segue sendo marcado por “expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho”.
O colegiado disse que segue acompanhando os anúncios referentes à “imposição de tarifas comerciais pelos EUA ao Brasil, e como os desenvolvimentos da política fiscal doméstica impactam a política monetária e os ativos financeiros, reforçando a postura de cautela em cenário de maior incerteza”.
Também ontem, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) cortou os juros em 0,25 ponto percentual, após cinco reuniões consecutivas nas quais permaneceram inalterados.
Com o anúncio, que ocorre em meio a pressões do presidente Donald Trump e ataques ao Fed, os juros americanos passaram para o intervalo de 4% a 4,25% ao ano.
Com a manutenção da Selic em 15%, o Brasil continua com a segunda maior taxa de juros reais do mundo, de 9,51%, segundo ranking do site MoneYou. O País está atrás apenas da Turquia, com 12,34%. A Rússia aparece no terceiro lugar, com 4,79%. Depois, figuram no ranking Colômbia (4,38%) e México (3,77%).
O BC calcula que a taxa real neutra de juros do Brasil — que não estimula, nem deprime a economia — é de 5,0%. (Estadão Conteúdo)