Atentado
2º suspeito da morte de Ruy Ferraz Fontes é identificado
Ex-delegado-geral do Estado foi morto em emboscada, na Praia Grande
O segundo suspeito de envolvimento no assassinato do ex-delegado-geral do Estado, Ruy Ferraz Fontes, foi identificado pela polícia na tarde de ontem (16). A informação foi divulgada pelo secretário da Segurança Pública de SP, Guilherme Derrite, nas redes sociais.
Fontes morreu em uma emboscada na Praia Grande, no litoral paulista. Além dele, a polícia trabalha com a suspeita de participação de outros quatro indivíduos no crime.
Mais cedo, durante o velório do ex-delegado-geral, Derrite afirmou que a força-tarefa já tinha identificado um dos suspeitos e que ele tinha antecedentes criminais por roubo e tráfico de drogas. Horas depois, pelas redes sociais, ele divulgou a informação do segundo suspeito. A prisão preventiva dos dois foi pedida à Justiça.
Ainda de acordo com o secretário, a identificação foi possível graças ao reconhecimento de material genético encontrado no segundo carro envolvido no crime.
“Temos várias hipóteses. Não podemos descartar o envolvimento do crime organizado. Ele (Ruy) era conhecido por sua carreira. Não podemos descartar a atuação dele como secretário de Praia Grande”, afirmou Derrite. “Todos que participaram deste atentado terrorista, foi isso que aconteceu, serão punidos”, acrescentou.
O velório foi realizado na manhã de ontem (16) na Assembleia Legislativa de São Paulo. O sepultamento ocorreu no Cemitério da Paz Morumbi, zona sul da capital paulista.
Facção
A investigação não descarta nenhuma possibilidade, mas trabalha com duas suspeitas principais: uma reação do Primeiro Comando da Capital (PCC) ou retaliação por sua atuação na Prefeitura de Praia Grande, onde era secretário de Administração. Não é descartada, porém, nenhuma linha de investigação.
Como delegado, Ferraz Fontes ficou conhecido por seu trabalho contra o PCC. Em 2006, foi o responsável por indiciar toda a cúpula da facção, incluindo Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, antes de os bandidos serem isolados na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Em 2019, quando Marcola foi transferido para um presídio federal, ele era o delegado-geral, cargo que ocupou até 2022.
Em outra linha de apuração, os investigadores acreditam que o crime possa ter elo com uma licitação, que teria prejudicado uma entidade ligada aos criminosos. Ferraz Fontes era secretário municipal de Administração de Praia Grande desde 2023, em um cargo não ligado à segurança.
Ferraz Fontes foi perseguido pelos criminosos após sair do trabalho, na prefeitura, e colidiu contra um ônibus na tentativa de escapar dos bandidos.
Conforme os investigadores, as imagens mostram que a execução foi feita por um grupo treinado: três criminosos saíram do carro, armados com fuzis, para assassinar Ferraz Fontes, e outro bandido ficou no automóvel, para dar retaguarda.
O veículo do ex-delegado-geral, um Fiat Argo preto, não era blindado. Um dos carros usados pelos criminosos foi encontrado depois, mas havia sido queimado. Uma mulher e o filho também foram atingidos durante o atentado. “Foram muitos tiros”, disse uma testemunha, da família dessas vítimas. (Estadão Conteúdo)
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