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Polícia

Derrite afirma que já identificou um participante de execução de ex-delegado

Secretário diz que suspeito tem antecedentes criminais por roubo e tráfico de drogas

16 de Setembro de 2025 às 14:43
Da Redação [email protected]
Além dele, a polícia trabalha com a suspeita de participação de outros cinco indivíduos no crime
Além dele, a polícia trabalha com a suspeita de participação de outros cinco indivíduos no crime (Crédito: Fábio Rogério (01/09/2025))

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que já foi identificado um dos participantes da execução do ex-delegado-geral do Estado Ruy Ferraz Fontes, morto nesta segunda-feira (15), em uma emboscada na Praia Grande, no litoral paulista. Além dele, a polícia trabalha com a suspeita de participação de outros cinco indivíduos no crime.

Derrite disse que o suspeito tem antecedentes criminais por roubo e tráfico de drogas. O secretário não confirmou a ligação do suspeito com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

“É um indivíduo que já foi preso duas vezes por roubo e uma por tráfico de drogas. Não posso falar mais para não prejudicar as investigações”. A prisão preventiva do suspeito foi pedida à Justiça. “Todas as hipóteses estão sendo consideradas.”

Ainda de acordo com o secretário, a identificação foi possível graças ao reconhecimento de material genético encontrado no segundo carro envolvido no crime.

“Temos várias hipóteses. Não podemos descartar o envolvimento do crime organizado. Ele (Ruy) era conhecido por sua carreira. Não podemos descartar a atuação dele como secretário de Praia Grande”, afirmou Derrite.

“Todos que participaram deste atentado terrorista, foi isso que aconteceu, serão punidos”, acrescentou.

O velório foi realizado na manhã desta terça (16), na Assembleia Legislativa de São Paulo. O sepultamento está previsto para às 16 horas no Cemitério da Paz Morumbi, zona sul da capital paulista.

Linhas de investigação

A força-tarefa criada para investigar o assassinato do ex-delegado geral Ruy Ferraz Fontes apura a ligação de um líder do PCC que deixou um presídio federal há um mês com o crime. A informação foi confirmada ao Estadão por fontes na área da segurança pública.

A investigação não descarta nenhuma possibilidade, mas trabalha com duas suspeitas principais: uma reação do Primeiro Comando da Capital (PCC) ou retaliação por sua atuação na prefeitura de Praia Grande (SP), onde era secretário de Administração. Não é descartada, porém, nenhuma linha de investigação.

Como delegado, Ferraz Fontes ficou conhecido por seu trabalho contra o PCC. Em 2006, foi o responsável por indiciar toda a cúpula da facção, incluindo Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, antes de os bandidos serem isolados na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP). Em 2019, quando Marcola foi transferido para um presídio federal, ele era o delegado-geral, cargo que ocupou até 2022.
Em outra linha de apuração, os investigadores acreditam que o crime possa ter elo com uma licitação, que teria prejudicado uma entidade ligada aos criminosos. Ferraz Fontes era secretário municipal de Administração de Praia Grande desde 2023, em um cargo não ligado à segurança.

Ferraz Fontes foi perseguido pelos criminosos após sair do trabalho, na prefeitura, e colidiu contra um ônibus na tentativa de escapar dos bandidos.

Investigação em 2019 mostrou plano contra ex-delegado-geral

Conforme mostrou o Estadão, uma investigação do Ministério Público acusou Marcola de mandar matar agentes públicos - dentre eles, Ruy Fontes. Para promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco) “tudo indica que foi um crime de máfia”.

Em dezembro de 2023, Fontes sofreu um assalto no litoral paulista. Na época, ele já demonstrava preocupação com sua segurança e de familiares, após anos de atuação contra o PCC. (Estadão Conteúdo)