STF
Fux e Moraes têm momento de tensão em julgamento
Flávio Dino e Alexandre de Moraes votaram pela condenação de Jair Bolsonaro e outros sete réus
O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou ontem (9) o julgamento da chamada trama golpista em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete aliados são réus.
No início da manhã, o ministro Alexandre de Moraes iniciou a sua leitura com a análise das questões preliminares, ou seja, relativas ao processo penal. Ele listava as questões que já tinham sido analisadas e afastadas por unanimidade na ocasião do recebimento da denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) quando Luiz Fux pediu a palavra. O colega afirmou que trataria das preliminares em seu próprio voto, sinalizando que a questão não está pacificada.
Moraes então afirmou que se tratavam de preliminares já afastadas por unanimidade num momento anterior. Fux insistiu: “Estamos no julgamento”, sugerindo que se trata de outra etapa do processo e que, por isso, cabe uma nova apreciação dos questionamentos das defesas.
A segunda intervenção se deu mais tarde, quando Flávio Dino pediu licença para um comentário sobre o ponto levantado por Moraes. Fux não gostou da interferência e, dirigindo-se ao presidente da Turma, Cristiano Zanin, pediu que fosse colocado em prática o que tinha sido combinado.
As duas intervenções feitas por Fux colocam-no como uma “esperança” entre bolsonaristas. A expectativa é que ele apresente seu voto hoje (10). Depois votam Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. O julgamento acontece na Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros.
Flávio Dino deu o segundo voto para condenar Bolsonaro e outros sete réus, depois do de Alexandre de Morais. Com o posicionamento, o ex-presidente e seus aliados ficam a um voto da condenação.
O julgamento ocorre em um contexto de intimidação internacional, com medidas de retaliação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre os ministros, como sanções econômicas e o cancelamento de vistos. (Da Redação, com informações de Estadão Conteúdo)