Medidas Cautelares
PF pede a Moraes para colocar equipe de policiais 24 horas dentro da casa de Bolsonaro
Diretor-geral da Polícia Federal defende vigilância reforçada ao ex-presidente por risco de fuga
A Polícia Federal informou nesta terça-feira, 26, ao Supremo Tribunal Federal (STF) que considera necessário colocar uma equipe de agentes dentro da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para monitorar o cumprimento das medidas cautelares e evitar uma fuga. O ex-presidente está em prisão domiciliar em Brasília.
“Havendo, em tese, intenção de fuga, necessário o acompanhamento in loco e em tempo integral das atividades do custodiado, e do fluxo de veículos na residência e de vizinhos próximos, únicas medidas hábeis a minimizar, de forma razoavelmente satisfatória, tais riscos", diz o ofício encaminhado ao STF.
Mais cedo, o ministro Alexandre de Moraes determinou o monitoramento do ex-presidente em tempo integral, mas “sem medidas intrusivas da esfera domiciliar do réu ou perturbadoras da vizinhança”.
Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, não é possível deixar policiais de prontidão no condomínio sem atrapalhar os demais moradores.
"Referida ação, para garantir eficácia, demandaria uma fiscalização minuciosa, por exemplo, de todos os veículos que saíssem do condomínio, o que poderia gerar um grande desconforto“, afirma o chefe da PF.
O diretor-geral da Polícia Federal defende que a melhor alternativa para vigiar o ex-presidente é designar uma equipe de policiais para permanecer dia e noite na casa de Bolsonaro. A palavra final cabe a Moraes.
“Como alternativa a essa medida, e maneira de garantir a efetividade da medida (manutenção da prisão domiciliar) seria imperiosa a determinação para uma equipe de policiais permanecer 24h no interior da residência, como há precedentes”, sugere Andrei.
O sistema não é inédito. Protagonista do primeiro grande escândalo de corrupção do Poder Judiciário, o juiz Nicolau dos Santos Neto, conhecido como “Nicolau Lalau”, ficou sob custódia da Polícia Federal em prisão domiciliar no início dos anos 2000.