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Política

PF deflagra Operação Estafeta para investigar corrupção em São Bernardo do Campo

Investigação teve início após apreensão de R$ 14 milhões em espécie na posse de servidor público

14 de Agosto de 2025 às 10:06
Da Redação com Estadão Conteúdo [email protected]
Investigação teve início após apreensão de R$ 14 milhões em espécie na posse de servidor público
Investigação teve início após apreensão de R$ 14 milhões em espécie na posse de servidor público (Crédito: Divulgação Polícia Federal)

A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (14), a Operação Estafeta, com o objetivo de apurar crimes de corrupção e lavagem de dinheiro praticados por suposta organização criminosa com indícios de atuação na administração pública do município de São Bernardo do Campo/SP.

Policiais federais cumprem duas prisões preventivas, 20 mandados de busca e apreensão e medidas de afastamento de sigilos bancário e fiscal, nas cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá e Diadema, todas no estado de São Paulo. As medidas cautelares, expedidas pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, incluem ainda o afastamento de cargos públicos e o monitoramento eletrônico.

Os investigados responderão, na medida de suas condutas, pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e corrupção ativa.

Prefeito de São Bernardo é afastado do cargo

O prefeito de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, Marcelo Lima (Podemos), foi afastado do cargo por um ano após a operação Estafeta da PF deflagrada nesta quinta-feira (14). Ele terá que usar tornozeleira eletrônica e está proibido de frequentar a prefeitura. Dois vereadores também são investigados.

Uma das ordens de prisão da operação é para Paulo Iran Paulino Costa, apontado como operador financeiro de propinas. Ele está foragido.

Costa é assessor parlamentar no gabinete do deputado estadual Rodrigo Moraes (PL) desde 2022.

As investigações começaram em julho de 2025, a partir da apreensão de R$ 14 milhões em espécie no apartamento do servidor. A PF classificou o imóvel como um "verdadeiro bunker" de dinheiro.

Os policiais federais também encontraram no endereço comprovantes de pagamento de uma fatura do cartão de crédito do prefeito e de uma conta telefônica em nome da primeira-dama. Havia ainda crachás de veículos para acesso à sede da prefeitura.

Paulo Iran Paulino Costa é descrito como "um agente central na arrecadação e distribuição de valores provenientes de diversas empresas que possuem contratos com a prefeitura de São Bernardo do Campo".

Segundo a PF, há suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro "por suposta organização criminosa com indícios de atuação na administração pública do município".

A Operação Estafeta foi autorizada pelo desembargador Roberto Porto, do Tribunal de Justiça de São Paulo.