Política
PF deflagra Operação Estafeta para investigar corrupção em São Bernardo do Campo
Investigação teve início após apreensão de R$ 14 milhões em espécie na posse de servidor público
A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (14), a Operação Estafeta, com o objetivo de apurar crimes de corrupção e lavagem de dinheiro praticados por suposta organização criminosa com indícios de atuação na administração pública do município de São Bernardo do Campo/SP.
Policiais federais cumprem duas prisões preventivas, 20 mandados de busca e apreensão e medidas de afastamento de sigilos bancário e fiscal, nas cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá e Diadema, todas no estado de São Paulo. As medidas cautelares, expedidas pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, incluem ainda o afastamento de cargos públicos e o monitoramento eletrônico.
Os investigados responderão, na medida de suas condutas, pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e corrupção ativa.
Prefeito de São Bernardo é afastado do cargo
O prefeito de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, Marcelo Lima (Podemos), foi afastado do cargo por um ano após a operação Estafeta da PF deflagrada nesta quinta-feira (14). Ele terá que usar tornozeleira eletrônica e está proibido de frequentar a prefeitura. Dois vereadores também são investigados.
Uma das ordens de prisão da operação é para Paulo Iran Paulino Costa, apontado como operador financeiro de propinas. Ele está foragido.
Costa é assessor parlamentar no gabinete do deputado estadual Rodrigo Moraes (PL) desde 2022.
As investigações começaram em julho de 2025, a partir da apreensão de R$ 14 milhões em espécie no apartamento do servidor. A PF classificou o imóvel como um "verdadeiro bunker" de dinheiro.
Os policiais federais também encontraram no endereço comprovantes de pagamento de uma fatura do cartão de crédito do prefeito e de uma conta telefônica em nome da primeira-dama. Havia ainda crachás de veículos para acesso à sede da prefeitura.
Paulo Iran Paulino Costa é descrito como "um agente central na arrecadação e distribuição de valores provenientes de diversas empresas que possuem contratos com a prefeitura de São Bernardo do Campo".
Segundo a PF, há suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro "por suposta organização criminosa com indícios de atuação na administração pública do município".
A Operação Estafeta foi autorizada pelo desembargador Roberto Porto, do Tribunal de Justiça de São Paulo.