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Tarifaço

Governo cobra resposta dos EUA sobre negociação

Americanos iniciam investigação de práticas comerciais brasileiras

16 de Julho de 2025 às 22:43
Cruzeiro do Sul [email protected]
Alckmin (foto) e Mauro Vieira assinam carta
Alckmin (foto) e Mauro Vieira assinam carta (Crédito: VALTER CAMPANATO / ARQUIVO ABR )

O governo Luiz Inácio Lula da Silva enviou aos Estados Unidos uma nova carta endereçada ao governo Donald Trump, na qual cobra respostas sobre uma proposta de negociação e manifesta indignação com as tarifas de 50% anunciadas na semana passada.

O documento é assinado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. A carta foi enviada terça-feira (15) por via diplomática. A embaixada do Brasil em Washington protocolou o documento ontem (16) perante as autoridades do governo Trump.

Apesar do apelo dos exportadores ouvidos no Mdic para que o governo tentasse postergar o tarifaço de 50% por 90 dias, Alckmin e Vieira não solicitam extensão de prazo ao governo Trump.

Segundo diplomatas, os americanos afirmaram que o próprio Trump decidiu na Casa Branca adotar as tarifas de 50%, sem comunicar antes a decisão a suas autoridades de comércio exterior, e estabeleceu como prazo 1º de agosto.

“O Brasil permanece pronto para dialogar com as autoridades americanas e negociar uma solução mutuamente aceitável sobre os aspectos comerciais da agenda bilateral”, diz um trecho da carta.

Investigação

Na terça, o Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) iniciou uma investigação sobre o Brasil, que busca determinar se atos, políticas e práticas do governo brasileiro são irracionais ou discriminatórios e oneram ou restringem o comércio dos EUA, diz o documento.

Entre os focos estão o comércio digital e serviços de pagamento eletrônico (como o Pix), as tarifas preferenciais injustas, a interferência anticorrupção e a proteção da propriedade intelectual. Outro ponto que será investigado é o acesso ao mercado de etanol.

A professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e pesquisadora de comércio exterior associada ao Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), Lia Valls, avalia que a investigação é uma tentativa do governo americano de dar respaldo legal às ações contra o Brasil e afastar a ideia de que o governo Trump age por motivos políticos na questão. (Da Redação, com informações de Estadão Conteúdo)