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Cultura

Morre Nana Caymmi, importante voz da MPB

Intérprete estava internada há nove meses devido a problema cardíaco

01 de Maio de 2025 às 20:24
Da Redação [email protected]
Show de Nana Caymmi em Sorocaba
Show de Nana Caymmi em Sorocaba (Crédito: Erick Pinheiro )

A cantora Nana Caymmi morreu hoje (1º), aos 84 anos, em decorrência de problemas cardíacos. Ela estava internada há nove meses na Clínica São José, no Rio de Janeiro. A morte da cantora foi confirmada por seu irmão, o músico e compositor Danilo Caymmi, no início da noite.


Além dos problemas cardíacos que abalaram sua saúde em 2024, e obrigaram os médicos implantar um marcapasso para contornar uma arritmia cardíaca, Nana enfrentou um câncer de estômago em 2015.


Filha do compositor baiano Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris, Nana nasceu no Rio de Janeiro, com o nome de Dinahir Tostes Caymmi, o mesmo de uma tia, irmã do pai. Incentivada pelos pais, começou a estudar piano clássico ainda criança. Em 1960, entrou no estúdio com Caymmi para fazer sua primeira gravação, Acalanto, a canção de ninar feita para ela pelo pai. No mesmo ano, gravou um compacto simples com as músicas “Adeus” e “Nossos Beijos”.


O reconhecimento popular só chegou em 1998, quando o bolero “Resposta ao Tempo”, de Cristovão Bastos e Aldir Blanc, foi escolhido para ser tema de abertura da minissérie Hilda Furacão, de Glória Perez. A história da moça de uma família tradicional mineira que larga o noivo no altar e se torna uma das mais famosos prostitutas da zona boêmia de Belo Horizonte conquistou a audiência e ampliou o público de Nana.


Com a carreira em alta, ela colocou em prática um antigo desejo: fazer uma segundo volume de um álbum dedicado apenas a boleros. “Sangra de Mi Alma” foi lançado em 2000, com clássicos do gênero como “Amor de Mi Amores” e “Solamente Una Vez”, essa última escolhida para trilha da novela Laços de Família.


Nos anos 2000, Nana se dedicou a regravar as canções de Caymmi em álbuns temáticos. “O Mar e o Tempo” (2002), “Para Caymmi: de Nana, Dori e Danilo” (2004), “Quem Inventou o Amor” (2007) e “Caymmi” (2013) compreenderam boa parte da obra do compositor.


Seus últimos dois álbuns foram “Nana Caymmi Canta Tito Madi”, de 2019, sobre a obra do compositor pré-bossanovista, e “Nana, Tom, Vinicius”, de 2020, com canções de seus dois grandes amigos, Tom Jobim e Vinicius de Moraes. (EstadãoConteúdo)