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Cartilha

Jair Bolsonaro classifica como ‘truque’ a denúncia da PGR

Ex-presidente e outras 33 pessoas são acusados de plano golpista

19 de Fevereiro de 2025 às 21:30
Cruzeiro do Sul [email protected]
Bolsonaro disse que processo segue
Bolsonaro disse que processo segue "cartilha conhecida" (Crédito: FÁTIMA MEIRA / ENQUADRAR / ESTADÃO CONTEÚDO (18/2/2025))

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se pronunciou em seu perfil no X (antigo Twitter) na tarde de ontem (19) sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF). No texto, Bolsonaro compara o processo jurídico ao qual está implicado com “cartilha conhecida” aplicada na Venezuela, em Cuba e na Bolívia.

Em sua própria defesa, o ex-presidente diz que, em “regimes autoritários”, é preciso “fabricar inimigos internos para justificar perseguições, censuras e prisões arbitrárias”.

“Fabricam acusações vagas, se dizem preocupados com a democracia ou com a soberania, e perseguem opositores, silenciam vozes dissidentes e concentram poder”, diz na publicação.

Os crimes imputados a Bolsonaro e aos demais suspeitos são os de organização criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado com uso de violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado. Somadas, as penas, com agravantes, podem ultrapassar 43 anos de prisão.

Esta foi a primeira publicação do presidente após ser denunciado. Até então, ele havia se limitado a repostar publicações de aliados, nas quais o defendem ou fazem piadas na tentativa de descredibilizar o processo.

Em nota, a defesa de Jair Bolsonaro rebateu a denúncia da PGR chamando-a de “inepta”, “precária” e “incoerente”. Os advogados do ex-presidente também alegam que a denúncia é baseada em um acordo de colaboração “fantasioso” do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.

O posicionamento de Bolsonaro também afirma que, “a despeito dos quase dois anos de investigações, (...) nenhum elemento que conectasse minimamente o (ex-) presidente à narrativa construída na denúncia foi encontrado”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas denunciadas pela PGR, no inquérito do golpe, terão direito à presunção de inocência e cabe ao STF julgar os acontecimentos.

“A única coisa que eu posso dizer é que, neste país, no tempo em que eu governo o Brasil, todas as pessoas têm direito à presunção de inocência. Se eles provarem que não tentaram dar golpe, e se eles provarem que não tentaram matar o presidente, o vice-presidente e o presidente do Superior Tribunal Eleitoral, eles ficarão livres e serão cidadãos que poderão transitar pelo Brasil inteiro”, disse Lula. “Se na hora que o juiz for julgar, chegar à conclusão que eles são culpados, eles terão que pagar pelo que cometeram. Portanto, é apenas um indiciamento”, complementou o presidente.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou Bolsonaro e outras 33 pessoas no inquérito do golpe (23 são militares). Após analisar as provas reunidas pela Polícia Federal, que indiciou o ex-presidente, Gonet concluiu que Bolsonaro não apenas tinha conhecimento do plano golpista como liderou as articulações para dar um golpe de Estado. (Da Redação, com informações de Estadão Conteúdo)