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Investigação

Caso Gritzbach: polícia em busca dos mandantes

O traficante Emilio Gongorra Castilho, vulgo João Cigarreira ou Bil, é um dos procurados

13 de Fevereiro de 2025 às 21:54
Cruzeiro do Sul [email protected]
 Foram 116 policiais civis nas ruas para cumprir mandados judiciais
Foram 116 policiais civis nas ruas para cumprir mandados judiciais (Crédito: DIVULGAÇÃO / GOVERNO SP)

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) deflagrou ontem (13) uma operação para cumprir novos mandados judiciais contra envolvidos na morte de Antônio Vinícius Gritzbach, no Aeroporto de Guarulhos, em 8 de novembro, ele era réu por homicídio, lavagem de dinheiro e era delator de integrantes do crime organizado. Cerca de 120 policiais civis realizaram buscas em mais de 20 endereços.

A polícia tenta prender o traficante Emilio Gongorra Castilho, vulgo João Cigarreira ou Bil, apontado como um dos mandantes da morte de Gritzbach, delator da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (SP). Segundo apurado pela reportagem do Estadão, esse homem fazia o elo entre o PCC e outra facção, o Comando Vermelho (RJ). O crime teria sido motivado pelo fato de Gritzbach estar solto e ter passado informações sobre os integrantes da facção e esquemas de lavagem de dinheiro em empresas.

Cigarreiro e Ademir Pereira de Andrade, também traficante do PCC, seriam os responsáveis por contratar os PMs para matar o delator. A facção teria oferecido R$ 3 milhões pela morte do empresário.

Desde a data do crime, 26 suspeitos foram presos. Dentre eles, 17 policiais militares, cinco policiais civis e quatro pessoas suspeitas de relação com Kauê Amaral Coelho, apontado como integrante da facção criminosa e que teria atuado como “olheiro” no dia. Ele ainda está foragido. A SSP oferece R$ 50 mil por informações sobre ele.

No total, 17 PMs foram presos desde o dia 16 de janeiro deste ano. Dos 17 PMs presos, três são acusados diretamente de matar o delator enquanto outros 14 fariam a escolta do empresário. De acordo com as investigações, os agentes têm envolvimento com o crime organizado.

Gritzbach estava no centro de uma das maiores investigações feitas até hoje sobre a lavagem de dinheiro do PCC em São Paulo, envolvendo os negócios da facção na região do Tatuapé, zona leste paulistana.

Outros assassinatos

Gritizbach fechou acordo de delação premiada em abril do ano passado. Em reação, a facção pôs um prêmio de R$ 3 milhões pela sua cabeça.

Foi a acusação de ter mandado matar o criminoso conhecido como Cara Preta, em 2021, que motivou a primeira sentença de morte contra ele, decretada pela facção.

Para a polícia, Gritzbach havia sido responsável por desfalque em Cara Preta de R$ 100 milhões em criptomoedas e, quando se viu cobrado pelo traficante, decidira matá-lo. O empresário teria contratado Noé Alves Schaum para matar o traficante.

O crime foi em 27 de dezembro de 2021. Além de Cara Preta, o atirador matou Antonio Corona Neto, o Sem Sangue, segurança do traficante. Schaum foi capturado pelo PCC em janeiro de 2022, julgado pelo tribunal do crime e esquartejado pelo criminoso Klaus Barbie (referência a um nazista conhecido como Carniceiro de Lyon).

Sorocaba

O advogado Mauro Ribas dirigia seu carro em Sorocaba, no dia 1 de fevereiro, quando o veículo foi atingido por disparos de arma de fogo no bairro Quintais do Imperador. Ele foi encontrado por policiais militares e socorrido. Ribas atua na defesa dos três PMs envolvidos no assassinato de Gritzbach. (Da Redação, com informações do Estadão Conteúdo e Agência SP)