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Saúde

SBIm alerta para a baixa procura da vacina contra a dengue

Disponível em 1.921 municípios, imunizante tem sido pouco procurado, com metade das doses distribuídas ainda não aplicadas

24 de Janeiro de 2025 às 21:13
Da Redação [email protected]
Qdenga é aplicada em duas doses com intervalo de 90 dias
Qdenga é aplicada em duas doses com intervalo de 90 dias (Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebo/Agência Brasil)

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) alertou, nesta sexta-feira (24), sobre a baixa adesão à vacina contra a dengue no Brasil. Disponível em 1.921 municípios, onde a doença é mais prevalente, o imunizante tem sido pouco procurado, com metade das doses distribuídas ainda não aplicadas.

Segundo o Ministério da Saúde, de fevereiro de 2024 até 20 de janeiro de 2025, foram enviadas 6.370.966 doses aos estados e municípios, mas apenas 3.205.625 foram efetivamente administradas. Em 2024, o país registrou o maior número de casos de dengue de sua história, com 6.629.595 ocorrências e 6.103 mortes. Em 2025, já são 101.485 casos prováveis e 15 mortes confirmadas.

Vacina

A vacina contra a dengue, chamada Qdenga, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e começou a ser distribuída em fevereiro de 2024. Produzida pelo laboratório japonês Takeda Pharma, a vacina é destinada, inicialmente, a crianças entre 10 e 14 anos, faixa etária com maior número de hospitalizações. O imunizante é aplicado em duas doses, com intervalo de 90 dias. A vacinação, no entanto, não está disponível para idosos, grupo cuja imunização não foi autorizada pela Anvisa.

A presidente da SBIm, Mônica Levi, destacou que o Brasil foi o primeiro país a disponibilizar a vacina na rede pública, mas lamentou a baixa procura. Ela reforçou que a Qdenga é segura e eficaz, salientando a importância de completar o esquema com a segunda dose, que oferece proteção de pelo menos quatro anos e meio. Em casos de atraso, Levi orienta que a segunda dose pode ser administrada mesmo fora do prazo, sem prejuízo para a eficácia.

Além disso, o Instituto Butantan, em São Paulo, iniciou a produção de uma vacina contra a dengue, chamada Butantan-DV, mas sua distribuição dependerá da aprovação da Anvisa. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, indicou que a vacinação em massa não está prevista para 2025.

O alerta da SBIm ocorre em meio ao aumento da circulação do sorotipo 3 do vírus da dengue, identificado recentemente no país. Esse sorotipo não circula predominantemente no Brasil desde 2008, o que torna a população mais vulnerável a ele.

O Ministério da Saúde, por sua vez, informou que a lista de municípios elegíveis para a vacinação foi elaborada com base em dados sobre a prevalência da doença e a densidade populacional. O governo federal tem priorizado a prevenção, com ações como o Plano de Ação para Redução da Dengue, que inclui o controle do mosquito transmissor, o Aedes aegypti, por meio de tecnologias como o método Wolbachia, o uso de larvicidas e a Técnica do Inseto Estéril. Além disso, foi criado um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para intensificar o monitoramento das arboviroses. (Da Redação com informações da Agência Brasil)