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Líder chinês

Xi Jinping faz visita de Estado ao Brasil

Relação entre os dois países repercute nos Estados Unidos

20 de Novembro de 2024 às 20:57
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Em Brasília, Xi Jinping assinou 37 novos acordos bilaterais com o Brasil
Em Brasília, Xi Jinping assinou 37 novos acordos bilaterais com o Brasil (Crédito: EVARISTO SA / AFP)

O presidente da China, Xi Jinping, que fez visita de Estado ao Brasil ontem (20), afirmou que a relação entre os dois países vive o seu melhor momento na história. O líder chinês foi recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada, residência oficial. Ambos assinaram 37 acordos bilaterais.

“Mantive uma reunião cordial, amistosa e frutífera com o presidente Lula. Fizemos uma retrospectiva do relacionamento da China com o Brasil ao longo dos últimos 50 anos. Coincidimos que este relacionamento está no melhor momento da história. Possui uma projeção global estratégica e de longo prazo cada vez mais destacada. E estabeleceu um exemplo para avançarem juntos com solidariedade e cooperação, entre os grandes países em desenvolvimento”, afirmou o presidente em declaração à imprensa.

Xi Jinping destacou o fato de Brasil e China serem os dois maiores países em desenvolvimento de duas regiões e ocuparem um lugar de protagonismo das aspirações dos países do chamado Sul Global — termo geopolítico que designa nações pobres ou em situações socioeconômicas similares, especialmente da América Latina, África e Ásia.

“China e Brasil devem assumir proativamente a grande responsabilidade histórica de salvaguardar os interesses comuns dos países do Sul Global e de promover uma ordem internacional mais justa e equitativa”, disse o presidente chinês.

O que vem por aí

O retorno de Donald Trump à Casa Branca prenuncia uma abordagem isolacionista e mais conflituosa nos Estados Unidos, especialmente no comércio com a China. “O mundo está entrando em um novo período de turbulência e mudança”, disse o líder chinês

“Xi Jinping busca claramente preencher o vazio que surgirá com a eleição de Trump, que não valoriza o multilateralismo”, disse Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV).

O governo Lula, no entanto, tem sido ambíguo em relação à iniciativa “Belt and Road” (Uma Faixa, Uma Rota) para obras de infraestrutura, um pilar de Xi para expandir a influência da China no mundo, e que tem sido adotada por outros vizinhos latino-americanos.

O Brasil “está tentando equilibrar seu interesse em uma relação política, comercial e até militar cada vez mais forte com a China, com a manutenção de um bom relacionamento com os Estados Unidos”, disse em Washington, a analista Evan Ellis.

Natalia Molano, porta-voz do Departamento de Estado americano disse que Washington incentiva o Brasil a “avaliar com os olhos abertos os riscos e benefícios de uma aproximação com a China”. “Como diz um provérbio chinês: quem usa sapatos é o único que sabe se esses sapatos realmente lhe servem”, disse uma fonte diplomática chinesa em resposta. (Com informações da Agência Brasil e AFP)