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Segurança

Cresce número de GCMs que utilizam arma de fogo

Pesquisa mostra, por outro lado, que efetivo de policiais foi reduzido

31 de Outubro de 2024 às 22:25
Cruzeiro do Sul [email protected]
Prefeituras ampliaram municipalização da segurança pública
Prefeituras ampliaram municipalização da segurança pública (Crédito: DIVULGAÇÃO / GCM SOROCABA)

O número de guardas municipais que usam armas de fogo aumentou nos últimos anos, enquanto o de policiais civis e militares vêm caindo gradativamente. Os dados fazem parte de nova pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a pesquisa, 1.711 municípios — três em cada dez — têm estrutura própria de segurança pública. Mesmo cidades pequenas, com menos de dez mil habitantes, já têm guardas municipais, muitas vezes armadas.

Do total de guardas municipais, 22,4% eram armadas em 2019 e, no ano passado, essa proporção passou para 30%.

A capital paulista foi uma das que tiveram incremento expressivo nas forças de segurança municipais. São 7.143 agentes da GCM, alta de 23% em relação a 2021. Outros 500 profissionais ainda passam por treinamento e devem incrementar o efetivo nos próximos meses.

Por outro lado, no mesmo período o número de policiais civis caiu 7,9% e o de PMs, 4,4%. Essa redução influencia a capacidade de os agentes darem conta da demanda de patrulhamento ostensivo e de investigação, essencial para combater facções criminosas e pequenas quadrilhas, por exemplo.

“Pelo levantamento que fiz junto ao Fórum de Segurança Pública, essa queda está relacionada à crise econômica dos Estados, que passaram a contratar menos policiais”, explicou a pesquisadora do IBGE, Caroline Santos, responsável pelo capítulo sobre segurança pública da pesquisa. “Por outro lado, nota-se aumento do efetivo das guardas municipais e também das guardas municipais armadas, mesmo nos menores municípios.”

O País intensificou nos últimos anos a municipalização da segurança pública. As guardas municipais passaram a assumir o papel de “novas polícias”, como resposta de prefeitos ao aumento da violência. O problema é que são tropas pouco fiscalizadas, que podem ficar atreladas à vontade política de prefeitos. No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu as guardas municipais como parte do sistema de segurança pública do Brasil. (Estadão Conteúdo)