Projeção
IBGE: população do Brasil terá ápice em 2041
Taxa de fecundidade baixou para 1,57 filho por mulher em 2023
A população brasileira atingirá seu ápice em 2041, quando o País chegará a 220.425.299 habitantes. Depois desse ano, o número começará a diminuir, chegando aos 199.228 708 até 2070. Isso significa dizer que, em menos de duas décadas, o Brasil terá um crescimento negativo; ou seja, o número de mortes será maior que o de nascimentos e a população terá um envelhecimento ainda mais acelerado.
Os dados estão na pesquisa Projeções das Populações, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse ponto de inflexão populacional, entretanto, varia muito entre as unidades da federação. Os primeiros Estados a registrarem o crescimento negativo serão Alagoas (2027), Rio Grande do Sul (2027) e Rio de Janeiro (2028). Em São Paulo, a virada demora mais um tempo e só deve acontecer em 2037, segundo o IBGE. Os últimos Estados a terem crescimento negativo serão Santa Catarina e Roraima, ambos em 2064.
O envelhecimento da população brasileira é uma tendência que já vem sendo registrada pelo IBGE há décadas e, segundo os últimos números, deverá estar consolidada nacionalmente em vinte anos.
Estimativas
As novas Estimativas e Projeções da População brasileira encontraram 3,9% mais habitantes no País do que o divulgado pelo Censo Demográfico 2022, o equivalente a 8 milhões de pessoas a mais. Os novos números serão usados na atualização e reponderação das amostras de pesquisas domiciliares, entre elas a Pnad Contínua, mas o IBGE informa que esse trabalho ainda não tem data para ocorrer nem será divulgado neste ano.
O Censo Demográfico, que tinha como data de referência o dia 1º de agosto de 2022, recenseou 195,101 milhões de brasileiros. Após as imputações para os domicílios considerados ocupados que não tiveram entrevista realizada, o total populacional encontrado foi de 203,081 milhões em todo o Brasil.
Fecundidade
A queda acentuada das taxas de fecundidade é a principal explicação para o acelerado envelhecimento populacional que vem sendo registrado nos últimos anos. Entre 2000 e 2023, a taxa de fecundidade recuou de 2,32 filhos por mulher para 1,57. Para se ter uma ideia, em 1960, esse número era de 6,28.
“A tendência a curto prazo é que esse número de filhos por mulher continue caindo, até chegar ao mínimo em 2041, que será de 1,44, uma taxa bem baixa”, explicou a demógrafa Luciene Longo, que participou da apresentação da pesquisa. “Este número deve aumentar um pouco, mais para frente, e chegar a 1,50 em 2070.”
A idade média com a qual as mulheres têm filhos, por sua vez, vem aumentando. Em 2000 era de 25,3 anos, passou para 27,7 em 2020 e a projeção é que alcance 31,3 anos em 2070.
O número de nascimentos por ano recuou de 3,6 milhões em 2000 para 2,6 milhões em 2022, e deve cair ainda mais, chegando a 1,5 milhão em 2070. (Estadão Conteúdo)