Um avião com 61 pessoas (57 passageiros e quatro tripulantes) que saiu de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, caiu no início da tarde de ontem (9), na cidade de Vinhedo, perto de Campinas.

Imagens da aeronave caindo foram registradas por moradores da cidade paulista. O acidente aconteceu em uma área residencial, próximo à rodovia Miguel Melhado de Campos (SP-324).

A Voepass Linhas Aéreas confirmou a morte de todas as 61 pessoas a bordo do voo 2283. Os 57 passageiros e quatro tripulantes da aeronave morreram no local. Inicialmente, a aérea informou que eram 62 pessoas a bordo, mas atualizou o número.

Ontem à tarde, a empresa informou que priorizava “irrestrita assistência às famílias das vítimas e colabora efetivamente com as autoridades para apuração das causas do acidente”. De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), este é o acidente aéreo com o maior número de vítimas desde a queda da aeronave da TAM, em São Paulo, em 17 de junho de 2007, que vitimou 199 pessoas.

A aeronave é envolvida no acidente é um turboélice comercial ART 72-500, um avião de médio porte, com capacidade para 68 passageiros. De acordo com o site Flight Radar, que rastreia voos, a aeronave levantou voo às 11h58 de ontem em Cascavel e tinha pouso previsto para as 13h50, em Guarulhos. Ela caiu por volta das 13h20 em Vinhedo.

O prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos, disse em suas redes sociais ontem à tarde que a administração municipal estava “tomando todas as medidas necessárias de atendimento e informações aos familiares” das pessoas a bordo da aeronave.

A Polícia Militar de São Paulo informou à mídia local que o acidente não provocou vítimas no lugar da queda do avião. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a aeronave caiu na região da rua Edueta, número 2.500, no bairro Capela.

Vinhedo fica a aproximadamente 95 quilômetros do Aeroporto de Guarulhos, onde o avião pousaria, e 927 quilômetros de Cascavel, de onde saiu.

O governador Tarcísio de Freitas cancelou compromissos no Espírito Santo e retornou para São Paulo devido à tragédia.

A Polícia Federal (PF) informou que iniciou as investigações sobre o acidente aéreo. Agentes foram ao local e a corporação montou um gabinete de crise no Aeroporto de Guarulhos. A PF também enviou para Vinhedo um grupo de especialistas em acidentes aeronáuticos e identificação de vítimas de desastres para auxiliar nas apurações. (Estadão Conteúdo e AFP)

Médicos que morreram iam para
congresso de oncologia em SP

Há pelo menos quatro médicos entre as vítimas do acidente de avião que ocorreu em Vinhedo. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), eles estavam a caminho de um congresso de oncologia na capital paulista.

A Sociedade de Radiologia e Diagnóstico por Imagem do Paraná (SRP) confirmou que o radiologista Leonel Ferreira é uma das vítimas. O Hospital do Câncer de Cascavel também confirmou a morte de duas médicas residentes: Arianne Risso e Mariana Belim. O nome do quarto profissional da saúde que teve a morte confirmada ainda não foi revelado. O CFM manifestou sua solidariedade aos familiares das vítimas.

O chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro do ar Marcelo Moreno, afirmou ontem (9) que a tripulação da aeronave não reportou nenhuma emergência antes do acidente. (Estadão Conteúdo)

Vizinha do local do acidente
descreve situação ‘apavorante’

Nathalie Cicari, que mora ao lado do local onde ocorreu a queda, a descreveu como “apavorante” à emissora CNN Brasil. “Eu estava almoçando, ouvi um barulho muito forte muito próximo de mim, pensei que fosse um drone”, explicou, sobre os segundos que antecederam o acidente.

“Foi o tempo de sair do meu almoço e dar uma olhada na varanda. Olhei pro céu e vi aquilo, o avião rodopiando. Na minha cabeça, em questão de segundos percebi que não era um movimento normal de um avião. E foi o tempo de me abaixar, como fazem nos filmes, e rezar. E foi quando ouvi aquele barulhão de queda”, acrescentou.

Nathalie não sofreu ferimentos, mas teve que abandonar sua casa, que foi invadida pela fumaça. “Eu vi o avião caindo, desgovernado, e ele ficou caindo literalmente em cima da minha casa (...) aí ele inclinou e caiu a um quarteirão da minha casa”, disse Ricardo Rodrigues, morador do condomínio onde ocorreu o acidente, à Band News. “Quando cheguei (os corpos) já estavam do lado de fora”, acrescentou. (AFP)