Hábitos alimentares
Pesquisa quer saber como está a nutrição das crianças no País
Uma pesquisa do Ministério da Saúde conduzida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) visitará 15 mil famílias em todo o Brasil para avaliar as práticas de aleitamento materno, os hábitos alimentares, o peso, a altura e a deficiência de vitaminas e minerais em crianças brasileiras de até seis anos e suas mães.
Em Sorocaba, no início do mês, foram visitadas 100 famílias com crianças de até 6 anos, nos bairros Centro, Jardim Paulistano, Jardim Saira, Jardim Simus, Parque Manchester, Parque São Bento, Parque Vitória Régia, Piazza Di Roma, Vila Leopoldina e Vila Progresso.
Essa é a segunda edição do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani-2024), inquérito domiciliar que vai produzir um retrato atualizado da nutrição infantil no País. Além da UFRJ, participam da coordenação da pesquisa a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a Universidade Federal do Pará (UFPA), a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Federal de Goiás (UFG). O Enani-2024 dispõe de uma linha telefônica gratuita para tirar dúvidas da população, o 0800 888 0022.
O coordenador nacional do Enani-2024, Gilberto Kac, explica que crianças de até 6 anos são mais suscetíveis às deficiências nutricionais, especialmente em relação a crescimento linear e micronutrientes essenciais, como ferro, vitamina A e zinco. “O Enani-2019 mostrou que, naquela época, metade das famílias brasileiras com crianças na faixa etária do estudo vivia em insegurança alimentar. A pesquisa também revelou que 80% das crianças brasileiras menores de 5 anos já consumiam alimentos ultraprocessados e que 10% dos pequenos — e metade de suas mães — estavam acima do peso. Agora, vamos atualizar e aprofundar esse quadro”, adianta Kac, que é professor titular da UFRJ.
Um dos objetivos do Enani-2024 é conhecer o cenário alimentar e nutricional das crianças brasileiras depois da pandemia de Covid-19. Kac aponta que a perda imediata de renda e a interrupção ou redução do acesso a serviços de saúde durante a pandemia afetaram diretamente o estado nutricional das crianças, gerando vulnerabilidades imediatas e riscos de médio e longo prazos. “Conhecer esse cenário nos permitirá apoiar o redirecionamento de políticas públicas. Além de contribuir com a orientação de ações em nível nacional, o estudo fornecerá evidências que, somadas às produzidas em outros países, serão úteis para compreender os impactos da pandemia globalmente”, afirma.