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Segurança pública

Menos de 3% das cidades têm metade dos homicídios

Municípios mais violentos estão na rota do narcotráfico

19 de Junho de 2024 às 23:00
Cruzeiro do Sul [email protected]
Atlas da Violência mostra avanço da criminalidade na Bahia
Atlas da Violência mostra avanço da criminalidade na Bahia (Crédito: HAECKEL DIAS / ASCOM/PC-BA)

Menos de 3% das cidades concentram metade dos 46,4 mil homicídios registrados no Brasil em 2022, conforme a mais nova edição do Atlas da Violência do Ipea, feito em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O documento aponta que apenas 162 dos municípios brasileiros somam metade dos assassinatos ocorridos no Brasil naquele ano (houve empate entre os últimos, por isso 166 foram listados). Quando se leva em consideração as taxas de homicídio, destacam-se as cidades localizadas no interior da Bahia.

“Naturalmente, há de se considerar que, por serem maiores, os 162 municípios mais violentos, em termos do número absoluto de homicídios estimados, concentram uma parcela maior da população brasileira. No entanto, a proporção de habitantes (37,2%) é bem inferior à proporção de homicídios”, afirma o relatório.

Entre os 166 municípios listados: 24 estão situados na Bahia; 19 no Rio de Janeiro; 16 em São Paulo. A única capital que não figura na lista é Florianópolis. “São cidades que estão na rota do narcotráfico, seja para consumo doméstico, seja para exportação”, afirma a pesquisadora Samira Bueno, uma das coordenadoras do Atlas e diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O Atlas revela que, desde 2017, metade dos homicídios ocorre entre 2,2% e 2,9% dos municípios. “Em 2022, houve uma ligeira dispersão dos homicídios. Foi o ano com maior número de municípios com pelo menos um homicídio estimado (4.022), o que pode indicar uma tendência de desconcentração do crime nos últimos quatro anos, ainda que bastante modesta”, afirma o documento.

Samira aponta que, há duas décadas, os homicídios eram uma violência característica das grandes cidades. Facções criminosas como o PCC e o CV ainda buscavam se estabelecer em seus berços. “Hoje, não (é algo concentrado em grandes cidades)”, diz a pesquisadora. (Estadão Conteúdo)