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Tragédia

Nível do Lago Guaíba se eleva ainda mais

Prefeitura de Porto Alegre retirou 300 famílias do bairro Lami

14 de Maio de 2024 às 22:39
Cruzeiro do Sul [email protected]
Além da cheia devido às chuvas, ventos provocam ondas
Além da cheia devido às chuvas, ventos provocam ondas (Crédito: DONALDO HADLICH /CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO (13/5/2024))

Prognósticos apontam que o Lago Guaíba pode bater novamente o recorde histórico de cheia ao alcançar 5,4 metros. O avanço das águas de importantes rios do Rio Grande do Sul em direção à região metropolitana após chuvas intensas no fim de semana gerou o esvaziamento de mais áreas na noite de segunda-feira (13), com a saída de cerca de 300 famílias do Lami, no extremo sul de Porto Alegre. A prefeitura evita o termo “evacuação”, embora a remoção tenha sido realizada pela Defesa Civil Municipal.

É quase uma “enchente dentro da enchente”, pois a inundação ainda prosseguia nas ilhas e em diversos bairros das zonas norte, sul e central quando o Guaíba voltou a subir. Especialmente no extremo sul, o vento e grande volume de água criou ondas, assustando moradores de bairros da orla, como Belém Novo. A cota de inundação é de cerca de 2,1 metros nas ilhas e de 3 metros no centro.

Além do aumento do nível do Guaíba, o transbordamento parcial de uma barragem no domingo (12) trouxe apreensão a moradores da Lomba do Sabão, na divisa de Porto Alegre com o município de Viamão. A prefeitura orientou a saída de moradores do entorno, mas tem ressaltado que não há risco de rompimento.

Segundo a Prefeitura de Porto Alegre, cerca de 157,7 mil pessoas e 39,4 mil edificações foram diretamente afetadas pelas enchentes na cidade. Os bairros mais impactados são Arquipélago, Sarandi, Menino Deus, Farrapos, Humaitá, Cidade Baixa, Floresta, Centro Histórico, Ponta Grossa, São Geraldo, Navegantes e Lami.

Como grande parte do Rio Grande do Sul, a capital está em estado de calamidade. Há desabastecimento parcial de água e energia, escassez de mantimentos em mercados e diversos bloqueios em vias e estradas do entorno.

Mortes

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul confirmou mais uma morte decorrente das fortes chuvas que caem no Estado, e o número de mortos chega a 148. De acordo com o boletim atualizado ao meio-dia de ontem (14), havia ainda 124 pessoas desaparecidas.

O total de desalojados pelas enchentes chega a quase 540 mil (538.545) pessoas. E os efeitos dos temporais já são sentidos por dois em cada dez moradores do Rio Grande do Sul.

Em todo o Estado, 89,7% do total de 497 municípios sofrem direta ou indiretamente com as consequências dos eventos climáticos. O número chega a 446 cidades atingidas.

Ontem de manhã, mais de 700 abrigos criados no estado acomodavam 76.884 pessoas que tiveram de abandonar seus imóveis temporariamente ou em definitivo, devido ao comprometimento das estruturas locais ou falta de acesso.

As redes sociais têm sido usadas como um instrumento de disseminação de fake news (notícias falsas) diversas sobre a tragédia provocada pelas chuvas no Rio Grande do Sul, de acordo com autoridades. Esse tipo de informação confunde e prejudica a tomada de decisões pelos atingidos. (Estadão Conteúdo, Agência Brasil e AFP)