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Desastre

Inundações no Rio Grande do Sul causam até tremor de terra

Pressão da água provocou acomodação do solo em Caxias do Sul, segundo geólogo

13 de Maio de 2024 às 22:29
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Moradores foram surpreendidos e saíram à rua assustados
Moradores foram surpreendidos e saíram à rua assustados (Crédito: REPRODUÇÃO / REDES SOCIAIS (13/5/2024))

Moradores de quatro bairros de Caxias do Sul, na serra gaúcha, relataram tremores de terra na madrugada de segunda-feira (13). Os casos foram registrados nos bairros Madureira, Jardim América, Universitário e Pio X, entre as 3h e as 4h da manhã. Não há registros de maiores incidentes e ninguém ficou ferido.

Os tremores foram provocados como consequência das fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul. Não se trata de um terremoto convencional, mas sim de uma acomodação natural do solo, que está bastante molhado. Nas últimas duas semanas, choveu mais de 850 milímetros na região, índice sete vezes maior do que a média mensal para este período do ano.

“Os maciços rochosos de todo o planalto do Rio Grande do Sul, da serra geral, estão com muita pressão d’água, a pressão hidrostática está muito elevada. Isso acaba levando a um recalque nas estruturas rochosas, nas fraturas e blocos rochosos”, explicou o geólogo Luis Felipe Faccioni, da Secretaria Municipal de Obras de Caxias do Sul.

A orientação foi de os moradores voltarem às suas casas, mas o geólogo pediu atenção. “Os moradores têm de ficar atentos, monitorando, e é preciso avisar caso houver registro de rachadura.”

Novas cheias em rios e lagos após o forte temporal do fim de semana no Rio Grande do Sul mantêm a preocupação em colocar a população ameaçada em segurança.

O número de vítimas da catástrofe climática não para de aumentar. Segundo balanço de ontem (13) da Defesa Civil, as enchentes deixaram 147 mortos, 127 desaparecidos e 806 feridos.

As chuvas diminuíram ontem, mas o governador Eduardo Leite (PSDB) pediu aos evacuados que não voltem para suas casas, em especial em Porto Alegre e arredores, onde o rio Guaíba pode alcançar um novo recorde.

O nível do rio, em cujas margens se situam várias cidades devastadas, pode superar o pico histórico de 5,35 metros alcançados em 5 de maio e chegar a 5,6 metros nos próximos dias, disse a Defesa Civil. A agência meteorológica MetSul alertou sobre a chegada de uma frente fria ao Rio Grande do Sul, que complicará a situação dos desalojados.

O desastre, que especialistas e o governo brasileiro vinculam à mudança climática e ao fenômeno El Niño, obrigou mais de 600 mil pessoas a deixarem suas casas. Destas, quase 81 mil estão em abrigos montados em escolas, clubes e outros estabelecimentos. Equipes, inclusive de voluntários, trabalham para distribuir suprimentos e doações enviadas de todo o País.

Voos

Começaram a chegar ao interior do Rio Grande do Sul os primeiros voos extras da malha aérea emergencial anunciada na semana passada. O objetivo é transportar passageiros e doações em meio à situação de calamidade.

Desde sábado (11), três companhias aéreas (Gol, Latam e Azul) operam com voos para os municípios gaúchos de Passo Fundo, Santo Ângelo e Caxias do Sul. (Estadão Conteúdo e AFP)

 

 

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