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Facção esconde droga em cascos de navio em Santos

Cocaína é colocada por mergulhadores ou em lanchas, à noite, para ser levada a outros países

18 de Março de 2024 às 22:50
Cruzeiro do Sul [email protected]
Militares reforçam a fiscalização no principal porto de SP
Militares reforçam a fiscalização no principal porto de SP (Crédito: DIVULGAÇÃO PF)

Militares intensificaram a fiscalização a navios no porto de Santos no combate ao tráfico de drogas. O Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa do continente, tem escondido volume cada vez maior de cocaína nos cascos de embarcações para driblar as autoridades. Os portos são a principal rota de saída do entorpecente rumo a África e Europa.

O governo federal editou, em novembro, um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que prevê ação militar em portos e aeroportos de São Paulo e Rio de Janeiro até maio na tentativa de conter o narcotráfico.

Para Anderson Pomini, presidente da Autoridade Portuária de Santos, “hoje a principal forma utilizada pelos traficantes é a de fixar a droga no casco do navio”. Embora não seja a maior em quantidade de apreensões, o uso de “caixas de mar” (recipientes localizados no casco) ganha força ante estratégias mais tradicionais, como camuflar pacotes em meio a grãos em contêineres.

No envio de cargas para Europa e África, o tráfico via contêiner tem mais risco: a regra é de que sejam vasculhadas por scanners logo na chegada aos terminais. Por isso, o casco de navio se torna atrativo, pois é mais difícil de fiscalizar, embora permita o envio de menos quilos por vez.

Ação conjunta de Polícia Federal (PF), Receita e Marinha no início de 2023, por exemplo, apreendeu cerca de 290 kg de cocaína achados no casco de navio carregado de celulose. Os traficantes usaram até anilhas de academia para fixar os pacotes no recipiente. O barco, que ia para o porto de Martas, na Turquia, estava ancorado na área de fundeio do porto de Santos quando foi vistoriado.

As investigações apontam que, em geral, os pacotes são levados aos navios de duas formas: por pequenas lanchas, que se movimentam principalmente à noite com luzes apagadas, ou por mergulhadores, que saem de áreas de mata ou de embarcações mais afastadas.

No último ano, 1,68 tonelada de cocaína foi apreendida em cascos de navios no porto de Santos por mergulhadores militares.

(Estadão Conteúdo)