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Capital paulista tem aumento no número de blocos de rua
O Carnaval de rua de São Paulo tem crescido exponencialmente nos últimos anos. A festa popular, que contava com menos de 50 blocos em 2013, passou a ter mais de 500 cordões cadastrados em 2024 e a expectativa de atrair 15 milhões de pessoas, segundo a Prefeitura.
A programação continua hoje (13) e o último dia oficial de folia na capital será aberto com o Galo da Madrugada, direto de Pernambuco, que se apresenta às 9h, no Ibirapuera. Em seguida, ao meio dia, o Bloco da Latinha Mix, da Rádio Mix FM, chega ao carnaval paulistano com Alok, Di Ferrero e mais. Às 13h é a vez do Navio Pirata com BaianaSystem, no mesmo lugar.
Ontem (12) o dia foi de muita folia na Capital paulista. Com 77 anos de história, o Bloco Esfarrapado, um dos mais tradicionais de São Paulo, desfilou pelo bairro do Bixiga. O trajeto incluiu ruas bem conhecidas como Treze de Maio e Brigadeiro Luís Antônio. O grupo surgiu no carnaval de 1947 e foi fundado pelos amigos Armandinho Puglisi, Walter Taverna, Tinin, Capuno e Carabina.
Segundo os organizadores, cada um providenciou uma roupa e, com latas vazias e panelas, saíram batucando pelas ruas do bairro. A concentração do Esfarrapado começou às 10h e o desfile estava previsto para as 14h, com dispersão às 20h. O bloco Vou de Táxi, que toca os hits dos anos 90 se apresentou ontem também na região do Ibirapuera. O desfile do bloco Forrozim Mariana Aydar na Consolação também agitou os foliões na região central de São Paulo.
Apoio público
Segundo o pesquisador Guilherme Varella, o aumento excepcional dos foliões nas ruas paulistanas passou a ocorrer quando a festa foi desburocratizada e vista, pela administração municipal, como um ativo cultural da cidade. “O Carnaval de rua é a forma mais radical de ocupação cultural da cidade”, destaca Varella que é professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ele cita um período, que foi até 2013 em que a burocracia imposta pelo município dificultava para a saída dos blocos.
Segundo o pesquisador, os primeiros cordões carnavalescos da cidade começaram a ganhar espaço na cidade, principalmente nas várias regiões em que havia a tradição do samba, como na Barra Funda, no Glicério e no Bixiga. “A cada vez que eles cresciam e também ocupavam a cidade, eles sofriam uma tentativa de controle por parte do poder público. Passavam a ser confinados, ordenados, regrados, institucionalizados, e foi quando eles passaram a se converter em escolas de samba, na década de 40, na década de 50”, conta.
De acordo com Varella, em 2013, algumas dezenas de blocos carnavalescos criaram o Manifesto Carnavalista, com a reivindicação de direito à folia e de tomar o espaço público. A demanda, segundo ele, encontrou acolhimento, o que motivou o aumento atual. (Da Redação com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)
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