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Bolsonaro e aliados são alvo de operação da PF

Investigação apura suposta tentativa de golpe de Estado

08 de Fevereiro de 2024 às 23:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão
Foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão (Crédito: DIVULGAÇÃO / PF)

O ex-presidente Jair Bolsonaro e alguns de seus aliados estão entre os alvos de investigação da Polícia Federal (PF) deflagrada ontem para apurar a organização responsável por suposta “tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito”. Apesar de não ser um dos alvos dos mandados de busca e apreensão, Bolsonaro entregou seu passaporte à PF.

A investigação tem base na delação do tenente coronel Mauro Cid e atende a medidas expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Com o nome de Tempus Veritatis (hora da verdade, em latim), ela mira aliados do ex-presidente, como os generais Braga Netto e Augusto Heleno, o ex-ministro Anderson Torres e o presidente do seu partido (PL), Valdemar Costa Neto -- que acabou sendo preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo.

Marcelo Câmara e Filipe Martins, ex-assessores de Bolsonaro, também foram presos. Martins foi assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, é nascido em Sorocaba e criado em Votorantim. Ele foi detido em Ponta Grossa (PR).

De acordo com informações da PF, o Exército Brasileiro acompanhou o cumprimento de parte dos mandados. Segundo a Polícia Federal, foram cumpridos um total de 33 de busca e apreensão, além de quatro de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas. Entre elas, estão a proibição de manter contato com os demais investigados, suspensão do exercício de funções públicas e proibição de se ausentarem do País.

Nesta etapa da operação, a PF aponta que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para “disseminar desinformação sobre supostas fraudes nas eleições de 2022”. Essa atuação teria começado ainda antes do pleito, com o suposto objetivo de “viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital”.

Segundo a PF, o primeiro eixo de atuação do grupo consistiu na construção e propagação de informação falaciosa sobre vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação. O discurso foi reiterado pelos investigados desde 2019 e persistiu mesmo após os resultados do segundo turno de 2022. Essas afirmações também faziam parte dos discursos do próprio ex-presidente Bolsonaro, e pesaram na decisão do Tribunal Superior Eleitoral que levou à sua inelegibilidade em 2023.

A partir da disseminação da desinformação, o grupo também teria praticado “atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível”, conforme a Polícia Federal.

A investigação apura os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. (Da Redação, com informações de Estadão Conteúdo)