Brasil
Servidores do Rio teriam sido coagidos a ir a evento de Lula; MP deve apurar
O áudio de uma reunião de servidores da cidade de Belford Roxo, no Rio de Janeiro, aponta que o prefeito do município obrigou funcionários da prefeitura a irem ao evento de Lula que aconteceu nesta terça-feira (6)
Deputados do Partido Liberal (PL) do Rio de Janeiro pediram, nesta quarta-feira (7), que o Ministério Público do Estado investigue a suposta coação de servidores da Prefeitura de Belford Roxo (RJ), por parte do prefeito Waguinho, para irem ao evento do presidente Lula, ocorrido na terça-feira (6).
O prefeito decretou ponto facultativo no munícipio devido à visita do presidente. Um áudio de uma reunião teria mostrado que diretoras da escola municipal Ernesto Pinheiro Barcellos, em Belford Roxo, ordenaram que, apesar do ponto facultativo, os servidores deveriam ir ao comício. Segundo informações divulgadas pelo site Metrópoles, houve, ainda, orientação para uso de bonés em apoio a Lula e até os momentos em que o presidente deveria ser ovacionado.
No requerimento de abertura de inquérito enviado ao procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, os deputados Anderson Moraes e Márcio Gualberto (ambos do PL) alegam que a coação de servidores pode ser configurada como crime de abuso de poder político, administrativo e eleitoral.
Entenda
O áudio de uma reunião de servidores da cidade de Belford Roxo, no Rio de Janeiro, aponta que o prefeito do município, Waguinho, marido da ex-ministra do Turismo Daniela Carneiro, obrigou funcionários da prefeitura a irem ao evento de Lula que aconteceu nesta terça-feira (6), no município da Baixada Fluminense.
No áudio, uma das diretoras informou que a prefeitura enviaria um ônibus para os servidores da escola irem ao evento e que seriam oferecidos café da manhã, almoço, água e lanche.
Outra pessoa responsável pelas orientações disse na gravação que o prefeito Waguinho pediu que os servidores usassem bonés, camisas e faixas de apoio ao presidente Lula.
“[...] Todo mundo sabe que terça-feira é ponto facultativo, mas não é ponto facultativo para a gente ficar em casa. Conclusão: todos nós terça-feira lá (no evento de Lula). [...] O prefeito já viu a questão do almoço, vão distribuir as camisas, vai ter almoço... Nós vamos com vocês no ônibus, vamos deixar vocês lá e vocês vão ficar representando a escola, vai ter a faixa, que nós vamos deixar com vocês. Nós precisamos, obviamente, da presença de todos os funcionários”, disse uma das diretoras na reunião.
Waguinho decretou ponto facultativo no evento de ontem devido à visita de Lula a Belford Roxo. No Diário Oficial do município, o prefeito justificou o decreto pelo “movimento de veículos” por causa da comitiva presidencial.
Na reunião, as lideranças da escola também deram orientações sobre os momentos em que os funcionários deveriam balançar as faixas e ovacionar o presidente Lula. (Da Redação, com Metrópoles)