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Carnaval de SP tem tenda da PM exclusiva para atender mulheres

Serviço especial para combater crimes sexuais começou ontem e vai até dia 18

03 de Fevereiro de 2024 às 22:01
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Soldado Jessica, capitão Daniella e a cabo Stephanie vão estar na tenda do Ibirapuera para atendimento às vítimas de crimes sexuais
Soldado Jessica, capitão Daniella e a cabo Stephanie vão estar na tenda do Ibirapuera para atendimento às vítimas de crimes sexuais (Crédito: DIVULGAÇÃO / SSP)

Desde de ontem (3) -- e até o fim do período de Carnaval, no dia 18, -- a Polícia Militar de São Paulo terá, durante os desfiles dos blocos, um espaço especial para atender vítimas de crimes sexuais. É a primeira vez que uma iniciativa desse tipo é adotada pela PM paulista. A tenda contará com policiais militares mulheres para receber o público feminino.

“A abordagem vai ser a mais sensível possível, por causa da situação que não é fácil para a vítima. Vamos conversar sobre o que aconteceu e verificar a situação para prosseguir com a ocorrência”, afirma a capitão Daniella Fernandes Okada.

Uma das tendas do serviços está montada na avenida Pedro Álvares Cabral, próxima à Assembleia Legislativa de São Paulo. As vítimas de importunação ou outros crimes sexuais podem ir ao espaço para denunciar. Os policiais também foram orientados a encaminhar aos locais casos flagrados durante as rondas. Nas tendas, as vítimas receberão atendimento especial e direcionamento para o registro da ocorrência.

A cabo Stephanie de Lima é uma das policiais que vão atender os casos. “A gente consegue entender na pele o que as foliãs estão passando no momento, porque também somos mulheres. Infelizmente, sabemos que acontece. Vamos escutar o que ela tem para contar e, a partir daí, tomar as providências”, disse.

O coronel Renato Lopes Gomes da Silva, comandante do Comando do Policiamento de Área Metropolitana 2 (CPA/M-2), ressalta que é a primeira vez que a Polícia Militar faz esse tipo de acolhimento. “É uma mensagem clara para todas as pessoas que, se eventualmente acontecer um crime, nós estamos prontos para atendê-las”.

Segundo a PM, o beijo roubado ou um toque sem permissão podem caracterizar o crime de importunação sexual. Gestos obscenos também podem ser denunciados e, dependendo da gravidade, o agressor pode sair preso do local. “Se a mulher não denunciar, vai continuar acontecendo. Quando a gente consegue coibir esse tipo de comportamento, mostra que não está passando batido. As pessoas vão adotando condutas mais adequadas”, afirma a capitão Daniella.

Desde ontem, 20 mil policiais (15 mil militares e 5 mil civis) estarão nas ruas do Estado de São Paulo, com 6 mil viaturas, participando da Operação Carnaval 2024. A ação também terá auxílio de drones, helicópteros e embarcações. A Operação Carnaval se estende até o dia 18, com reforços durante os desfiles de blocos de rua e das escolas de samba. Além do atendimento nas delegacias, os policiais civis trabalharão em ações de inteligência, com a utilização de veículos à paisana, drones e helicóptero.

Além dos policiais a pé circulando por locais estratégicos, a segurança terá agentes à paisana para observar atitudes suspeitas e evitar crimes, avisando a central de operações. (Estadão Conteúdo)