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Público prioritário da vacina da dengue será de 6 a 16 anos, diz governo

Ministério da Saúde vai adquirir 5,2 milhões de doses este ano da Qdenga, nome dado ao imunizante da farmacêutica japonesa Takeda

16 de Janeiro de 2024 às 07:13
Cruzeiro do Sul [email protected]
Sorocaba registrou mais 273 novos casos de dengue em uma semana
Sorocaba registrou mais 273 novos casos de dengue em uma semana (Crédito: Divulgação)

A vacinação contra a dengue que será realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de fevereiro vai ter como público prioritário crianças e jovens entre 6 e 16 anos, informou nesta segunda-feira (15), o Ministério da Saúde. A pasta explicou, no entanto, que, como o número de doses disponíveis não dá conta de imunizar toda essa faixa etária, ainda irá definir quais outros critérios serão usados para determinar quem será imunizado neste primeiro ano de campanha.

De acordo com a pasta, o limiar das idades respeita recomendações técnicas da Organização Mundial da Saúde (OMS), e foi definido pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI).

A pasta vai adquirir 5,2 milhões de doses este ano da Qdenga, nome dado ao imunizante da farmacêutica japonesa Takeda. O País deverá receber mais algumas doses via doação do laboratório, mas o quantitativo ainda está sendo definido. Entre vacinas compradas e doadas, o governo espera ter à disposição 6 milhões de imunizantes para serem distribuídos em 2024.

O Ministério da Saúde reconhece que o número de doses ainda é baixo. Como o esquema vacinal contra a doença se completa com duas doses, até 3 milhões de pessoas poderão ser protegidas com a Qdenga este ano. Em razão da baixa quantidade de vacinas disponíveis, a proposta é decidir, dentro da amplitude da faixa etária estabelecida pela OMS, qual será o público-alvo para receber o imunizante.

"A Organização Mundial da Saúde define algumas limitações de idade para o uso dessa vacina. O quantitativo é pequeno. Então, a gente tinha que fazer uma discussão de como seria a distribuição desse uso no território nacional, equilibrando o melhor resultado epidemiológico com a cobertura maior dos municípios", disse Eder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

"De 6 a 16 anos é o que a Organização Mundial da Saúde coloca como recomendação, e eles ainda condicionam a situação epidemiológica. Nós vamos respeitar o que a OMS diz. Então, vamos escolher uma faixa entre 6 e 16 anos (para receber a vacina)", acrescentou.

A decisão para definir qual o público-alvo exato para receber a vacina, bem como será o processo de imunização nacional, será definido ainda em reuniões com os Estado e municípios.

"Foram dadas opções, e agora vamos levar para a discussão tripartite", disse Gatti. "Eu não consigo adiantar quais municípios (vão receber as doses) neste momento, mas a discussão está sendo feita para que a gente tenha uma decisão o mais rápido possível".

Produzida pelo laboratório Takeda, a Qdenga foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) em dezembro e passou a fazer parte do Programa Nacional de Imunizações. Segundo o Ministério da Saúde, a imunização completa tem uma eficácia de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo. Ainda de acordo com dados informados pela pasta, o imunizante reduz em 90% o risco de hospitalização.

Em 2023, o Brasil atingiu patamares históricos de casos de dengue. Com um total de 2,9 milhões de casos registrados até 11 de dezembro, o País foi considerado pela OMS como a nação com a maior incidência da doença no mundo. Até esta data, o número representava mais da metade dos mais de 5 milhões de casos registrados mundialmente.

Eder Gatti afirmou que, embora a quantidade de doses disponíveis para este ano sejam baixas, tem a expectativa que o Brasil consiga produzir o imunizante dentro do próprio território para aumentar a cobertura vacina.

"Nós não temos outras vacinas licenciadas que possam ser utilizadas da mesma forma que esta. A gente espera, no futuro, ter produção nacional de vacina para ter uma estratégia de vacinação contra a dengue mais ampliada", disse o diretor do PNI. "A tendência é, no futuro, ter novas opções. O que estamos fazendo este ano é dar um primeiro passo, mas certamente um passo muito importante", completou. (Estadão Conteúdo)