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Morre, aos 84 anos, o ex-deputado estadual Campos Machado

Ele lutava contra o agravamento de um quadro de leucemia

06 de Janeiro de 2024 às 22:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Campos Machado era advogado criminalista e foi deputado por 8 mandatos consecutivos
Campos Machado era advogado criminalista e foi deputado por 8 mandatos consecutivos (Crédito: DIVULGAÇÃO / ALESP)

Morreu ontem (6), aos 84 anos, o ex-deputado estadual Antônio Carlos de Campos Machado. Ele era advogado criminalista e foi deputado estadual por São Paulo por oito mandatos consecutivos, de 1987 até o início de 2023. Nos últimos dias, ele vinha lutando contra o agravamento de um quadro de leucemia. Campos Machado foi sepultado no Hall Monumental da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) ontem, às 11h.

Em nota divulgada nas redes sociais, a família lamentou o falecimento e aclamou a carreira do advogado. “Sua extraordinária trajetória pessoal, na advocacia e na política, que marcou gerações, não será esquecida”, diz o texto.

Gilberto Kassab, secretário de Governo do Estado de São Paulo, lamentou a morte de Campos Machado. “Uma lenda da política paulista e brasileira”, afirmou o secretário. Kassab é dirigente do Partido Social Democrático (PSD), sigla que abrigava Campos Machado desde 2023. “Político atuante e influente”, disse Vinicius Camarinha, líder da Federação PSDB/Cidadania na Alesp. Para Felicio Ramuth, vice-governador de São Paulo, o ex-deputado estadual “trabalhou muito em prol de São Paulo e do Brasil”.

Campos Machado nasceu em Cerqueira César, no interior de São Paulo, no dia 31 de outubro de 1939. Advogado, tornou-se conhecido ao trabalhar para o ex-presidente da República Jânio Quadros, seu padrinho político. Ele estreou como deputado estadual na 11ª Legislatura, em 1987, segundo dados da Alesp. Depois, ele foi eleito nas eleições seguintes (1990, 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018).

Em 1988, em uma chapa puro sangue, Campos Machado foi vice na chapa de Marco Antonio Mastrobuono na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Eles terminaram na sexta colocação com 35.225 (0,84%) votos. Já em 1996, o político foi candidato a prefeito da capital paulista e terminou na 7ª posição com 28.479 (0,54%) dos votos.

Em 2000, Campos Machado foi vice na chapa de Geraldo Alckmin. Eles terminaram na terceira posição com 952.890 votos (17,26%). A dupla Alckmin-Machado voltou a disputar a Prefeitura de São Paulo em 2008. Eles terminaram aquele pleito na terceira posição com 22,48% (1.431.670) dos votos válidos. O político foi filiado ao PTB (do fim da década de 1980 até 2020). Depois, tornou-se filiado do Avante e, desde agosto do ano passado, estava no PSD.

Campos Machado foi influente na política paulista enquanto ocupou cargo de deputado estadual. Articulado, ganhou respeito de figuras notáveis do mundo político.

Em 2013, Campos Machado apresentou a Proposta de Emenda à Constituição do Estado de São Paulo 1/2013, que retirava poderes de investigação por parte de promotores de Justiça. A habilidade para articular fez com que a proposta tramitasse por meses na Alesp e recebesse parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça do Poder Legislativo.

Com a pressão popular, a PEC foi deixada de lado por parlamentares da Alesp. À época, Campos Machado tentou manter a tramitação da proposta, mas sem apoio não foi adiante. Ele se referia ao projeto como PEC da Dignidade, enquanto popularmente a proposta ficou conhecido como PEC da Impunidade.

No ano passado, entre seus últimos atos na política, lançou a Frente Parlamentar SP Frente Cidadã. A ideia de Campos Machado era formar novas lideranças políticas e fortalecer a democracia por meio de um movimento apartidário. (Estadão Conteúdo)