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Eleições podem mexer com secretariado de Tarcísio
Reforma administrativa deve afetar pelo menos três pastas
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) se prepara para promover a reformulação mais ampla em seu secretariado desde que assumiu o comando do governo de São Paulo. No primeiro semestre, ao menos três secretários deixarão seus cargos para disputar as eleições municipais. Helena Reis (Republicanos-SP) sairá do comando da Secretaria de Esportes para se candidatar a prefeita de São José do Rio Preto, enquanto Sonaira Fernandes (Republicanos-SP), de Políticas para a Mulher, e Gilberto Nascimento Jr. (PSC-SP), de Desenvolvimento Social, buscarão novos mandatos de vereador na Câmara Municipal da capital paulista.
A reportagem procurou os três secretários por meio das assessorias de imprensa das respectivas pastas. Eles optaram por não se manifestar, assim como o governo do Estado.
O deputado federal Gilberto Nascimento (PSD-SP), pai do secretário de Desenvolvimento Social, declarou por mensagem que ainda é muito cedo para tratar do assunto. As conversas sobre as candidaturas devem ganhar tração quando Tarcísio voltar das férias na Europa. As saídas não precisam ocorrer ao mesmo tempo. A legislação eleitoral determina que os candidatos a vereador deixem o cargo de secretário seis meses antes do pleito. Assim, Sonaira e Nascimento precisam sair até abril. Já Helena pode ficar no posto até o início de junho, quatro meses antes do primeiro turno marcado para o dia 6 de outubro. A saída de Sonaira vai renovar a pressão da bancada bolsonarista, que teve um ano de atritos com o governador, pela nomeação de um deputado estadual do Republicanos para o lugar do atual secretário de Turismo, Roberto de Lucena.
O objetivo é abrir uma vaga na Alesp para o policial federal bolsonarista Danilo Campetti (Republicanos-SP) assumir o mandato. Ele foi suspenso preventivamente em agosto do ano passado pela corporação, que abriu processo disciplinar para determinar se ele atuou de forma irregular no tiroteio ocorrido durante ato de campanha de Tarcísio em Paraisópolis.
No episódio, Campetti sacou a arma e o distintivo de policial federal, bens da União, durante uma troca de tiros entre policiais e criminosos na qual um homem foi morto. Ele era candidato a deputado estadual e acompanhava o ato de campanha do então candidato a governador. Posteriormente, a Justiça Eleitoral absolveu a campanha de Tarcísio.
À época, a defesa do policial argumentou que ele estava de folga no dia e que os equipamentos da Polícia Federal foram utilizados em razão do tiroteio e não do compromisso eleitoral.
Campetti ficou conhecido ao aparecer armado participando da condução coercitiva de Lula (PT) pela Operação Lava Jato e também por participar da escolta do ex-presidente no velório do neto do petista em 2019.
O governo Lula cancelou em junho a cessão do policial federal ao governo de São Paulo, onde ele atuava como assessor, sob a justificativa de recompor o efetivo da PF.
O cenário eleitoral em São José do Rio Preto é complexo e pode levar Tarcísio a ficar neutro em vez de apoiar Helena Reis diante das várias pré-candidaturas de aliados na cidade. No início de dezembro, Tarcísio de Freitas declarou que não se envolverá eleitoralmente nas cidades onde houver mais de um candidato da direita.
Tarcísio fez apenas uma troca até o momento no primeiro escalão. O então secretário de Agricultura, Antônio Junqueira, pediu demissão em outubro e foi substituído por Guilherme Piai. (Da Redação com informações Estadão Conteúdo)
Reforma administrativa deve afetar pelo menos três pastas