Morte em show
Medidas para shows são tomadas após morte de fã
Cantora Taylor Swift cancelou apresentação marcada para este sábado (18) no Rio
Após a morte de Ana Clara Benevides, de 23 anos, no primeiro show da turnê “The Eras Tour” da cantora Taylor Swift no Brasil, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), e o secretário nacional de Defesa do Consumidor, Wadih Damous, anunciaram medidas que devem ser adotadas em conjunto com a empresa organizadora do evento, a Tickets For Fun, para proteger os fãs nas próximas apresentações da artista. O show previsto para ontem foi adiado e uma nova data seria confirmada.
Damous disse ter determinado à organizadora que garanta o acesso à água durante as apresentações da artista. A pasta afirma estar avaliando outras medidas e responsabilizações.
Segundo relatos de fãs nas redes sociais, o público era proibido de entrar no local com garrafas próprias de água e, dentro do Estádio Engenhão, onde o show era realizado, copos eram vendidos por R$ 8. Também houve queixas sobre filas, falta de informação e aglomerações.
Vários fãs passaram mal e tiveram de buscar atendimento médico. “Tontura, visão embaçada, tremedeira e sensação de desmaio”, escreveu Bel Rodrigues no X (antigo Twitter), que só conseguiu assistir a uma parte do show. Em vídeos gravados durante o show, parte do público gritava “water”, pedindo por água em inglês.
A Prefeitura do Rio também diz ter ordenado a criação de pontos de distribuição de água e a entrada antecipada do público em uma hora, para evitar tumultos, dentre outras providências, para as próximas apresentações na cidade.
“Inaceitável a perda da vida de uma jovem ontem no show no Engenhão. Obviamente, ainda estamos apurando mais detalhes das circunstâncias do ocorrido. De qualquer forma, já determinei ao Chefe Executivo de Operações do município que exija providências junto a produção do show”, escreveu o prefeito Eduardo Paes em publicação no X.
Com relação à morte da jovem, a Tickets for Fun, responsável pela organização do show no Brasil, lamentou e disse ter dado suporte à jovem. Segundo a nota da empresa, ela foi “prontamente atendida pela equipe de brigadistas e paramédicos, sendo encaminhada ao posto médico” do estádio.
Em seguida, a jovem foi levada ao Hospital Salgado Filho, onde morreu depois de quase uma hora de atendimento.
A empresa foi alvo de críticas por problemas de organização e pela proibição de que os fãs levassem sua própria água ao estádio, mas ainda não se manifestou sobre essas queixas.
Nas redes sociais, internautas também se mobilizaram por um abaixo-assinado pela criação da Lei Ana Benevides, que prevê o fornecimento gratuito de água em shows.
Segundo Estela Benevides, prima de Ana Clara, a jovem era natural de Sonora, em Mato Grosso do Sul, e saiu “para realizar um sonho da vida” no Rio. Era a primeira vez que a estudante de psicologia tinha viajado de avião. (Estadão Conteúdo e Redação)