Buscar no Cruzeiro

Buscar

Geral

Seca na Amazônia põe cidades em estado de emergência

17 de Outubro de 2023 às 23:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Em Manaus, pessoas caminham pelo leito seco do Rio Negro
Em Manaus, pessoas caminham pelo leito seco do Rio Negro (Crédito: MICHAEL DANTAS / AFP)

 

Se as fotos de lagos e rios secos pela falta de chuva na Amazônia impressionam, as imagens de satélites da floresta são igualmente chamativas. No Estado do Amazonas, por exemplo, a superfície da cobertura de água atingiu sua menor extensão desde 2018, de acordo com o MapBiomas, plataforma que reúne universidades, organizações ambientais e empresas de tecnologia.

Lagos inteiros secaram. Além do Lago Tefé, onde morreram mais de 100 botos, a seca também atinge o Lago de Coari, afetando o acesso a alimentos, medicamentos e o funcionamento das escolas.

Os dados que revelam o tamanho da seca no Estado foram obtidos a partir de imagens de satélites dos sistemas LandSat e Sentinel. Em setembro foram registrados 3,56 milhões de hectares, uma redução de 1,39 milhão de hectares em relação aos 4,95 milhões de hectares de setembro de 2022.

Ao todo, 25 municípios do Estado tiveram redução na superfície de água superior a 10 mil hectares. Barcelos, no centro do Amazonas, teve a maior perda: 69 mil hectares entre setembro de 2022 e setembro de 2023. Na sequência estão Codajás (47 mil hectares), Beruri (43 mil hectares) e Coari (40 mil hectares) -- todos com perdas superiores a 40 mil hectares de água.

Os 20 municípios que mais perderam superfície de água no Amazonas estão em estado de emergência ou de alerta, afetando comunidades ribeirinhas, extrativistas, quilombolas, indígenas e áreas urbanas.

Rio Negro

Um dia depois de atingir o mais baixo nível da história, o Rio Negro, um dos principais rios amazônicos, continuava baixando ontem (17). O rio chegou à marca de 13,49 metros, dez centímetros a menos do que na manhã de segunda, em Manaus. É o nível mais baixo em 121 anos, desde que o monitoramento começou a ser feito.

As chuvas esparsas que vêm caindo na região de Manaus já ajudaram a melhorar a qualidade do ar na capital, mas não detiveram a queda no nível dos mananciais. A seca deste ano é a pior da história no Estado. O monitoramento é feito diariamente pela administração do porto de Manaus. (Estadão Conteúdo)