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Peritos questionam relatório da PF no caso Moraes
Peritos criminais federais estão inconformados com o fato de as imagens do entrevero no Aeroporto Internacional de Roma com supostas hostilidades ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), não terem passado pelo seu crivo e análise. Eles põem em dúvida a parcialidade e legalidade do relatório de ‘análise‘ feito pela Polícia Federal.
A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais diz que as gravações não passaram pela mão dos profissionais com ‘método e rigor científico necessários‘, ressaltando que procedimentos não periciais - como é o caso do relatório - não atendem ‘premissas de imparcialidade e suspeição‘.
‘É preocupante que procedimentos não periciais possam ser recepcionados como se fossem ’prova pericial’, uma vez que não atendem às premissas legais, como a imparcialidade, suspeição e não ter, obrigatoriamente, qualquer viés de confirmação, que são exigidas dos peritos oficiais de natureza criminal‘, ressalta nota da APCF.
Os peritos criminais federais, que são reconhecidos por sua competência e alta qualificação, chegam a evocar o Código de Processo Penal para abordar a ‘imprescindibilidade da produção isenta da prova no processo criminal‘.
Segundo a associação, os peritos tem ‘autonomia técnica, científica e funcional para assegurar a idoneidade da prova justa e equidistante das partes‘.
O relatório sobre as imagens das câmeras de segurança do Aeroporto de Fiumicino - tornado público pelo ministro Dias Toffoli na quarta, 4 - foi elaborado por um agente de classe especial da PF, remontando, por imagens congeladas, o que teria ocorrido na capital italiana.
O documento, de 51 páginas, foi elaborado com base em quase quatro horas de gravação obtidas pelos investigadores, apresenta 146 prints dos vídeos e, segundo a própria PF, apresenta uma ‘interpretação parcial‘ do que ocorreu no saguão de Fiumicino.
A avaliação que consta do relatório da PF é a de que o empresário Roberto Mantovani Filho e sua mulher Andrea Munarão tiveram uma ‘atitude hostil e agressiva‘ que ‘contribuiu sobremaneira para o desencadeamento de discussão com o filho do ministro Alexandre de Moraes, que culminou com uma aparente agressão física‘. (Estadão Conteúdo)