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ICMBio vai apurar causas das mortes de botos no Amazonas

30 de Setembro de 2023 às 23:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Equipes de veterinários e servidores foram mobilizadas
Equipes de veterinários e servidores foram mobilizadas (Crédito: MIGUEL MONTEIRO / INSTITUTO MARIRAUÁ)

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) informou que vai apurar as causas das mortes de botos em Tefé, no Amazonas.

Desde a última segunda-feira (23) até ontem (29), o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá registrou a morte de mais de 100 mamíferos aquáticos como o boto vermelho e o tucuxi, que viviam no lago.

Até agora as causas não foram confirmadas, mas há indícios de que o calor e a seca histórica dos rios estejam provocando as mortes de peixes e mamíferos na região. O ICMBio informou que já mobilizou para a região equipes de veterinários e servidores do seu Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA) e da Divisão de Emergência Ambiental, além de instituições parceiras para apurar as causas dessas mortes.

“Protocolos sanitários foram adotados para a destinação das carcaças. O ICMBio segue reforçando as ações para identificar as causas e, com isso, adotar medidas para proteger as espécies”, informou o ICMBio.

Diante do cenário atípico, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá lançou um alerta à população que mora nas proximidades do lago Tefé para evitar o contato com as águas do lago e o uso recreativo. Segundo o Mamirauá, em alguns pontos do lago a temperatura está ultrapassando a marca dos 39°C.

A coordenadora do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Mamirauá, Miriam Marmontel, disse que os botos e tucuxis acabam atuando como sentinelas da qualidade da água e são os primeiros a ser afetados com mudanças provocadas no ambiente.

“Eles nos deram o alerta e agora a gente tem que ficar atento a isso. A tendência, se não mudarmos os nossos hábitos, esses eventos vão continuar acontecendo, mais aquecimento global, mudança nos parâmetros climáticos e eles estão utilizando um ambiente que utilizamos muito, especialmente no Amazonas”, disse a pesquisadora.

Em nota, o instituto Mamirauá informou que vem trabalhando para identificar as causas da mortandade extrema desses animais, realizando ações de monitoramento dos animais ainda vivos, busca e recolhimento de carcaças, coletas de amostras para análises de doenças e da água, e “monitoramento das águas do lago, incluindo a temperatura da água e batimetria (medição de profundidade) dos trechos críticos”. (Agência Brasil)