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Perícia apura ‘rastros’ em crimes fiscais
Em média, a SPTC atende mais de 800 ocorrências envolvendo crimes contábeis ou de motivação financeira
Quando uma empresa pratica algum crime fiscal, uma pessoa sofre um golpe financeiro ou recebe uma vantagem financeira indevida, é aberto um boletim de ocorrência por meio da Polícia Civil. Posteriormente, com as investigações, o caso vira um inquérito policial e, então, é encaminhado ao Núcleo de Crimes Contábeis do Instituto de Criminalística (IC), para ser periciado por um perito contador.
Caso haja a comprovação do crime financeiro ou contábil, o caso pode se tornar estelionato, apropriação indébita, furto, sonegação, peculato, usura, crime de responsabilidade, crime fiscal, ou qualquer outro tipo de crime que exista motivação financeira.
Este é o trabalho do Ailton Pereira, formado em Administração de Empresas e Ciências Contábeis. Com o pai, irmãos e outros membros da família policiais, ele é perito criminal há 17 anos no Núcleo de Crimes Contábeis do IC.
“Nós aqui identificamos qual foi o montante do crime e o período em que foi roubado, porque às vezes não é a única vez. Às vezes, uma pessoa que trabalha na área financeira de uma empresa vai usurpando valores pouco a pouco da empresa, até que seja um montante muito grande”, explica Ailton.
Além disso, o profissional é responsável por realizar perícias de infrações penais que necessitam de exame em matéria fiscal, contábil ou administrativa. Ele propõe normas para a realização de exames periciais e para a elaboração dos respectivos laudos na área de atuação. A Perícia Contábil é o conjunto de procedimentos técnicos que tem como objetivo a emissão de laudo criminal sobre questões contábeis para comprovação do crime.
O trabalho necessita de poucos equipamentos e materiais, já que as apurações são feitas a partir do conhecimento qualificado do profissional da área. Por isso, a análise fiscal e o levantamento de dados se tornam as partes mais complicadas da função.
“Temos muito trabalho, atendemos todo o Estado de São Paulo, mas é como eu costumo dizer: todo crime deixa um vestígio. No nosso caso, deixa débitos e créditos”, comentou Ailton.
Em média, a SPTC atende mais de 800 ocorrências envolvendo crimes contábeis ou de motivação financeira. Além do Ailton, outros 11 peritos atuam na elucidação desses crimes.
O Núcleo de Crimes Contábeis é parte do Instituto de Criminalística da Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC) do Estado de São Paulo. (Agência SP)