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Seca pode reduzir navegação no rio Amazonas em 40%
O período de seca que atinge a região Norte do País já afeta a navegação do rio Amazonas e pode reduzir a capacidade de transporte por ele em 40% em duas semanas e até 50% até outubro. A estimativa é da Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac), que monitora a vazão em três diferentes pontos, tendo identificado queda diária de até 35 centímetros, enquanto a média para este período é de 25. A cobrança do setor é por ações emergenciais, que, segundo o governo, estão sendo estudadas.
A seca é sazonal, sendo observada todos os anos. Neste, porém, teria chegado mais cedo do que o esperado.
Desde agosto, a Marinha do Brasil decidiu restringir a navegação em rios no Estado do Amazonas, atingindo três pontos: a passagem do Tabocal, a 339 km de Manaus e as enseadas do rio Madeira Enseada e do rio Purus com o Rio Solimões.
O medo do setor de navegação é que o próximo afetado seja o próprio rio Amazonas, principal hidrovia da região.
No pior cenário, em função da segurança, não será possível a navegação pelo rio Amazonas. Ocorre que os navios que navegam por ele são os que permitem o escoamento da produção e mantêm o abastecimento da região com insumos básicos para toda a população e para a indústria local. No ano passado, a redução de capacidade de transporte foi, em média, de 40%, contra os 50% estimados para este ano. Os produtos que sofrem mais impacto são os mais pesados, como alimentos (arroz, congelados e resfriados), cimento, metais, cerâmica, porcelanato e fertilizantes.
“Manaus é uma ilha, não tendo produção de itens como alface e arroz. Nós é que levamos os insumos para lá, o ferro, a areia, o cimento. E já prevemos para duas semanas uma redução de 45% da nossa capacidade de transporte”, afirma o diretor-executivo da Abac, Luis Fernando Resano. (Estadão Conteúdo)