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MPF pede prisão de policiais envolvidos na morte de Heloísa
Caso aconteceu no Rio, durante abordagem da Polícia Rodoviária Federal
O Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria do Rio de Janeiro, pediu a prisão preventiva de três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) envolvidos na morte da menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos. A criança foi baleada na cabeça no carro dos pais, durante uma abordagem dos agentes na Baixada Fluminense. Heloísa morreu ontem (16), em Duque de Caxias, onde estava internada desde o dia 8.
Conforme o MPF, o pedido de prisão foi feito nos autos da investigação criminal aberta para apurar a ação da PRF, durante a abordagem ao veículo onde estava a vítima. O caso aconteceu na noite do dia 7, no Arco Metropolitano, em Seropédica, na Baixada Fluminense. Segundo parentes da vítima, agentes da PRF abriram fogo contra o veículo da família, atingindo Heloísa na cabeça e na coluna. Além dela, estavam no carro o pai, a mãe, a irmã de 8 anos e uma tia.
O procurador Eduardo Santos de Oliveira Benones, responsável pela investigação, representou pelas prisões dos agentes Fabiano Menacho Ferreira, que assumiu a autoria dos disparos, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva. O pedido foi feito na noite de sexta-feira (15), antes da morte da criança.
O promotor federal já havia pedido o afastamento dos envolvidos e a realização de perícia nas armas usadas na operação. Também solicitou acesso ao procedimento investigatório aberto na Corregedoria da PRF.
Segundo Benones, 28 agentes da corporação teriam ido ao hospital logo após o incidente, supostamente para intimidar os familiares da vítima. O MPF também apura denúncia de que um agente da PRF à paisana teria entrado no centro de terapia intensiva onde está a criança sem autorização da segurança do hospital.
A Justiça Federal ainda não se manifestou sobre o pedido de prisão formulado pelo MPF.
Na semana passada, a PRF informou ter aberto procedimento para investigar o caso. Além disso, o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse nas redes sociais que mandou acelerar a revisão de protocolos da PRF. “E mandei acelerar a revisão da doutrina policial e manuais de procedimento na PRF, como já havia determinado quando da demissão dos policiais do caso Genivaldo, em Sergipe. Outras medidas serão informadas em breve”, afirmou.
Na semana passada, a Justiça Federal condenou a União a pagar R$ 1 milhão por danos morais ao filho de Genivaldo de Jesus Santos, que morreu ao ser trancado no porta-malas de uma viatura da PRF, durante abordagem feita no município sergipano de Umbaúba, em maio de 2022. A sentença também obriga a União a pagar mensalmente uma pensão no valor de dois terços do salário mínimo, até que ele complete 24 anos.
Oito casos no Rio
Segundo a plataforma Fogo Cruzado (https://fogocruzado.org.br/mapa-futuro-exterminado), que monitora a violência no Rio, Heloísa e pelo menos outras sete crianças morreram baleadas neste ano.
No mês passado, o Fogo Cruzado lançou a plataforma Futuro Exterminado, onde é possível consultar informações sobre cada criança e adolescente vítima de violência armada no Grande Rio desde 2016. (Estadão Conteúdo, com Agência Brasil)