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Caso Ariane Bárbara: amigos são condenados por matar jovem após a chamarem para lanchar
As penas somadas chegam a 29 anos de reclusão, além de 10 dias-multa para cada um
A Justiça de Goiás condenou na terça-feira (29), Raíssa Nunes Borges e Jeferson Cavalcante Rodrigues pela morte da jovem Ariane Bárbara Laureano de Oliveira, de 18 anos, em crime cometido em 24 de agosto de 2021. A jovem foi assassinada após sair para lanchar com a dupla.
Conforme a investigação, Raíssa teria interesse em matar a jovem na intenção de descobrir se era psicopata. As penas somadas chegam a 29 anos de reclusão, além de 10 dias-multa para cada um.
Raíssa e Rodrigues foram submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri, que teve duração de 14 horas. Eles foram condenados pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver e absolvidos do crime de corrupção de menor.
Além dos dois condenados nesta terça-feira, (29), anteriormente Enzo Jacomini Carneiro Matos, que usa o nome social Freya, havia sido condenado em 13 de março deste ano a 15 anos de prisão também por homicídio e ocultação de cadáver.
Com relação ao envolvimento de uma adolescente no crime, além dos três condenados, o processo segue em segredo de justiça.
Crime cometido em agosto de 2021
Conforme a sentença assinada pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, o assassinato ocorreu em 24 de agosto de 2021, por volta das 21h, no interior de um veículo VW/Fox, em uma zona de mata em Goiânia.
Os três jovens conheceram Ariane em uma pista de skate pública e chamaram a vítima para lanchar. Em seguida, a jovem foi morta dentro do veículo com golpes de faca e seu corpo foi deixado em um matagal.
Conforme a polícia, após o crime, ainda com as roupas com resquícios de sangue, o grupo teria ido a um shopping em Goiânia para lanchar. Depois de seis dias desaparecida, em 30 de agosto de 2021, a vítima foi localizada.
Em setembro de 2021, a Polícia Civil do Estado de Goiás informou que os três investigados pelo assassinato da jovem de 18 anos tinham sido presos. Na época, Rodrigues tinha 22 anos, Raíssa estava com 19 e Enzo tinha 18.
Segundo o delegado Marcos Gomes, a vítima foi vista em um veículo logo após mandar um áudio para a família, dizendo que alguns amigos tinham lhe chamado para lanchar. "O carro foi identificado, e a apuração policial mostrou que seria o mesmo veículo que teria deixado o corpo já sem vida da jovem no mesmo setor de Goiânia", disse, na ocasião, o delegado.
A partir da identificação do carro, a polícia chegou a um dos autores. A Polícia Civil fez, ainda, uma busca e apreensão domiciliar e o autor confessou o crime. Foram apreendidos, além do carro, que tinha resquícios de sangue da vítima, as roupas que o rapaz usou no dia do homicídio e uma das facas.
Ainda de acordo com a polícia, Raíssa tinha o interesse de matar alguém para descobrir se era ou não psicopata. Segundo a jovem, ela saberia se tem o transtorno de personalidade após matar alguma pessoa, analisando sua reação após o fato.
"Ariane foi a escolhida por sua estatura física, o que facilitaria a conclusão do crime em caso de uma possível reação da vítima", disse o delegado.
Participação de adolescente no crime
Ainda em setembro de 2021, a Polícia Civil de Goiás confirmou a apreensão de uma adolescente de 16 anos, por participação no homicídio de Ariane.
Na ocasião, a menor apreendida confessou que estava no veículo no momento do homicídio, embora tenha negado ter atuado diretamente na execução da vítima. O processo segue em segredo de Justiça.
Raissa foi condenada a 15 anos de reclusão e 10 dias-multa sobre um trigésimo do salário mínimo vigente ao tempo do crime. Já a pena de Jeferson foi de 14 anos de reclusão e 10 dias-multa sobre um trigésimo do salário mínimo vigente ao tempo do fato.
Procurada pelo Estadão, as defesas de Raíssa e Rodrigues não foram localizadas. (Estadão Conteúdo)