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PM de SP descarta uso de câmeras por todos os policiais em ação no litoral
A Polícia Militar de São Paulo descartou o uso de câmeras corporais, mesmo que de forma provisória, por todos os cerca de 600 policiais envolvidos na Operação Escudo, deflagrada no fim do mês passado na Baixada Santista. Atualmente, oito dos 15 batalhões especiais que atuam na região dispõem das bodycams. O equipamento, implementado de forma gradativa há três anos em São Paulo, está presente em metade dos batalhões do Estado.
A ação policial resultou na morte de ao menos 16 civis, segundo balanço oficial da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos). A PM afirma que, em seis dessas ocorrências, os agentes envolvidos não pertencem a batalhões com câmeras - ou seja, não há gravações. Até o momento, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) teve acesso às imagens de sete casos, menos da metade do total.
‘Não tenho condições de colocar ou de implementar a ferramenta câmera corporal em todo o segmento operacional de uma hora para outra. Isso faz parte de um planejamento‘, disse o coronel Pedro Lopes, chefe da assessoria militar da Secretaria da Segurança Pública (SSP).
A Defensoria Pública do Estado cobrou, por meio de ofício enviado à secretaria na última semana, o uso de câmeras por todos os policiais envolvidos na Operação Escudo. Além de ter pedido o ‘fim imediato‘ da ação, que teve início no Guarujá após o assassinato de um soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) e avançou para Santos e Caraguatatuba - a duração prevista é de ao menos um mês. O órgão disse não ter recebido retorno.
Sem citar o pedido, Lopes afirmou que o uso do equipamento em casos excepcionais não está descartado para o futuro, mas argumentou que demandaria uma preparação prévia por parte da PM. ‘Envolve uma sistemática de recarga, de upload de imagens, de controle‘, disse. ‘A gente pode pensar em como fazer, mas não é simples. A atual sistemática é muito cara, e envolve uma série de consequências de cunho patrimonial.‘ (Estadão Conteúdo)